VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 299-307

Dimorfismo sexual em Amphisbaena nigricauda (Reptilia, Squamata, Amphisbaenidae) do Sudeste do Brasil

Lima, Franceo A N de Souza eGasparini, João LuizAlmeida, Antonio de PaduaVital, Marcos V CMott, Tami

Amphisbaena nigricauda Gans, 1966 é uma pequena anfisbênia pouco conhecida endêmica da restinga dos estados do Espírito Santo e Bahia, Brasil. Analisamos 178 indivíduos coletados no município de Vitória, Espírito Santo, Brasil, para verificar se esta espécie apresenta dimorfismo sexual nos poros pré- cloacais e em caracteres morfológicos. O sexo foi determinado por uma incisão ventral e inspeção direta das gônadas. Uma análise de PCA foi realizada para gerar uma medida geral do tamanho do corpo. O test-T e o teste de Mann-Whitney não paramétrico foram utilizados para avaliar se esta espécie apresenta dimorfismo sexual em cinco caracteres morfométricos e cinco merísticos, respectivamente. O sexo não pode ser determinado em 36 indivíduos porque eles estavam mutilados na parte posterior do corpo. O diagnóstico da espécie é redefinido com base nesta amostra: o menor número de anéis corporais alterou de 222 para 192, o número de segmentos dorsal e ventral em um anel no meio do corpo mudou de 9-11/13-16 (ao invés de 10/16), e o anel autotômico na cauda encontra-se entre 7-10 (ao invés de 6-9). O número de anéis caudais permaneceu dentro do intervalo de variação conhecida para a espécie (19-24). Nenhuma das 80 fêmeas analisadas apresentou poros pré-cloacais, enquanto que, dentro os 62 machos, 59 apresentaram quatro e dois indivíduos cinco poros pré-cloacais. Um único macho não tinha poros pré-cloacais, mas apresentava escamas irregulares em sua região cloacal. Diferença sexual quanto à presença ou ausência de poros pré-cloacais, assim como machos apresentando cabeças mais largas que a fêmeas, foi observada em outros anfisbenídeos neotropicais. No entanto, um padrão de diferenças de tamanho corporal entre machos e fêmeas não tinha sido identificado até agora nas poucas espécies de anfisbênias estudadas. Outros estudos com este grupo taxonômico ainda são necessários para elucidar a existência de padrões gerais de dimorfismo sexual e identificar as pressões seletivas que resultam estes padrões.(AU)

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