Análise dos surtos de origem alimentar notificados no Brasil no período de 2015 a 2017
Abreu, Aliana Mendonça TavaresClemente, Ana Kelly de VasconcelosBarros, Yáskara Veruska RibeiroFerreira Junior, Genildo CavalcanteSouza, Eliane Costa
Perigos químicos, físicos ou microbiológicos podem contaminar os alimentos e causar doenças de origem alimentar. Neste estudo foram analisados os surtos de doenças transmitidas por alimentos notificados no Brasil entre 2015 e 2017. Os resultados indicam que neste período foram notificados 1.758 surtos. O maior número de surtos ocorreu na região sudeste 37,1 %. Os locais de ocorrência dos surtos aconteceram em maior número nas residências (34,3%), restaurantes, padarias e similares (17,1 %) e 16,7% dos locais de ocorrência não foram identificados. Os alimentos mistos foram os mais envolvidos (13,6%), seguidos pela água (8,4%), carnes vermelhas (3,3%), leites e derivados (3,1%) e frutas (1,2%), sendo que em 66% dos surtos, os alimentos responsáveis não foram identificados. Os surtos foram principalmente de origem bacteriana, seguido por vírus e protozoários. No presente estudo, o micro-organismo causador do maior número de surtos foi a Escherichia coli (8%), seguido da Salmonella sp. (4%) e Staphylococcus sp. (3,9%), vale salientar que o agente etiológico não identificado, obteve o maior percentual com 74%, porém tal fato se deve ao atraso ou à inexistência das coletas, tanto clínicas como bromatológicas. Diante da análise dos dados, conclui-se que a maioria dos surtos de origem alimentar notificados no período apresentou resultados inconclusivos em relação aos micro-organismos e alimentos causadores destes, salientando, portanto que os órgãos fiscalizadores devem se preocupar em criar estratégias que possibilitem diminuir essas incidências inconclusas que interferem negativamente na possibilidade da criação de intervenções para minimizar a ocorrências destes tipos de surtos.(AU)