Blogs de nutricionistas sobre alimentação saudável: ferramenta de comunicação social, educação pública, estratégia comercial privada, moda ou alienação?
Grazini, JulianaMader, RenatoIsmael, LoreneFreire, Fabiola
Partimos pela difusão de informações técnico científicas de saúde e alimentação no Brasil, mas não desprezamos aspectos de cunho sociológico, filosófico, ético e epistemológico, para percorrer e analisar o conteúdo dos nove primeiros resultados apresentados na página do motor de pesquisa Google.com.br no dia 20 de janeiro de 2014 para a busca: "Blogs de nutricionistas sobre alimentação saudável". Em todos os blogs, a cacofonia dos alimentos, através de imagens e conteúdo comerciais, disputando em voz, com o discurso técnico, escorado por jargões que diminuem o alimento à mera ingestão de nutrientes; ignorando prazer, sociabilidade, emoção e condições financeiras em uma utopia social da alimentação. Existe ainda uma ambivalência coletiva, entre o alimento com o qual se procede a cura e aquele que se faz morte lenta. Ante a impossibilidade/possibilidade constante e crescente em alimentar-se de forma correta por meio de técnicas e estratégias bem específicas, todos os blogs distanciam o leitor contemporâneo - consumidor ávido e faminto de signos, do Homo sapiens e sua sabedora inata - instintiva ao se alimentar. Assim pela perspectiva contemporânea do que venha a ser natural pela sociedade global/local em que estivermos; submete-se o leitor à uma constante demanda pela referência nutricional do que venha a ser a maneira correta de comer. Como que instrumentalizando o consumidor para poder eternizar-se em selfies de pratos bem produzidos sem temer o panóptico da era digital, onde blogs, sites e redes sociais de imiscuem por vias dúbias, por entre servir como mídia privada e comercial; posto que veicula publicidade; e canal gratuito de relacionamento público entre um profissional de saúde e a população em geral.(AU)