Secagem de café em terreiro e em estufa
Schmidt, Flávio LuísGumerato, Homero FerraciniCastro, Maria Fernanda Penteado Moretzsohn deVitali, Alfredo de Almeida
O Brasil ocupa historicamente a posição de maior produtor e exportador de café verde do mundo (1,37 milhões de toneladas métricas de café em 2003, segundo a FAO, 2005).Existe atualmente uma forte demanda por cafés especiais, de bebida superior, pelos países importadores, entre eles destacam-se o Canadá, os Estados Unidos e a França, o que tem levado a busca de técnicas para produção de cafés de melhor qualidade. Sabe-se que qualidade final do grão beneficiado é resultante de vários fatores, incluindo cultivo, colheita, pós-colheita, pré-secagem, secagem, beneficiamento, armazenamento e industrialização (moagem e torração). Normalmente a etapa de pré-secagem é realizada em terreiro aberto, o que expõe o produto às condições ambientais, e completada em secadores rotativos. Nos últimos anos surgiu como alternativa o uso de estufas de lona plástica com a finalidade de proteger o produto, durante a etapa de pré-secagem, de eventuais precipitações que ocorram durante essa fase. A velocidade do ar e temperatura durante a pré-secagem são fatores fundamentais no processo que influenciam a qualidade do produto e a sua microbiota. Com base nessas considerações, o objetivo desse estudo foi comparar a pré-secagem do café em terreiro e em estufas, fechada e parcialmente aberta, avaliando as taxas de secagem em cada ambiente, a qualidade do produto seco e a microbiologia do produto. Os resultados indicaram que as velocidades de secagem, tanto no terreiro como na estufa semi-aberta foram bastante semelhantes, com uma vantagem marginal do terreiro aberto. A estufa fechada foi a de secagem mais lenta. A grande vantagem da estufa é o produtor não ficar dependente das condições meteorológicas que podem prejudicaro processo de secagem e/ ou causarperdas irreversíveis. (AU)