Primeira detecção de ácido ocadáico em ostras (Crassostrea rhizophorae), coletadas no canal de Santa Cruz, Itapissuma, Pernambuco
Souza, Juliana Chiappori RochaBarros, Glênio Cavalcanti deSilva, Pedro Paulo de OliveiraFerreira, Vanessa de MagalhãesOliveira, Gesilene Mendonça
O ácido ocadáico (AO) é uma importante toxina, produzida por dinoflagelados, capaz de causar no homem o envenenamento diarréico por moluscos conhecido como Diarrhetic Shellfish Poisoning (DSP). Embora uma toxina fatal, esta ficotoxina está envolvida na inibição de certas proteínas e no aparecimento de neoplasias, que o torna uma toxina perigosa. Desta forma, considerando o risco do consumo de moluscos bivalves e a escassez de pesquisas para sua detecção e quantificação no Estado de Pernambuco, foram analisados extratos preparados a partir do hepatopâncreas de ostras (Crassostrea rhizophorae) coletadas no Canal de Santa Cruz localizado no Município de Itapissuma PE, em quatro pontos distintos.O ácido ocadáico foi analisado através da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detecção Fluorimétrica. Foram analisadas 20amostras de extratos de hepatopâncreas, tendo sido detectada a presença da toxina em todos os locaisde coleta. A concentração da toxinavariou de 6,15 a 24,31ngAO.g-1 dehepatopâncreas. Embora as concentrações do AO encontradas tenham sido baixas, estando as ostras aptas ao consumo humano segundo limites adotados (2000ng AO.g-1 hepatopâncreas de moluscos) por vários países, há uma tendência internacional de exigir a total ausência de toxinas diarréicas devido ao seu potencial efeito carcinogênico para consumidores regulares de moluscos. A presença inédita do AO no Canal de Santa Cruz é um alerta às autoridades sanitárias para que mais pesquisas sejam realizadas na região e em outras localizadas do Estado.(AU)