O potencial de ingestão de resíduos de pesticidas, por meio da alimentação disponível nos domicílios das famílias da região sul do Brasil
Enes, Carla CristinaSilva, Marina Vieira da
O objetivo do presente estudo foi avaliar o risco crônico potencial da ingestão de pesticidas, por meio da dieta, em compostos registrados no Brasil, até setembro de 2004. A ingestão diária teórica máxima (IDTM) foi calculada para 206 pesticidas com aplicação autorizada pela legislação nas culturas de arroz, feijão, batata, tomate, cebola e café. Utilizou-se dados de consumo de alimentos obtidos da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 202/03) e valores de LMR previstos na legislação brasileira. A caracterização do risco foi feita comparando-se a IDTM com as doses diárias aceitáveis (IDA). A IDTM excedeu a IDA (por cento IDA>100) para os pesticidas fenitrotiona e protiofós, quando se considerou as famílias dos estados do Paraná (por cento IDA=105,46-fenitrotiona, por cento IDA=287- protiofós) e Rio Grande do Sul (por cento IDA=108,67- fenitrotiona, por cento IDA=284-protiofós). Para as famílias do estado de Santa Catarina a IDTM ultrapassou a IDA apenas para o pesticida protiofós (por cento IDA=290,16). No presente estudo, o feijão e o tomate foram os alimentos que contribuíram de forma mais expressiva para os valores obtidos dos pesticidas, no tocante à disponibilidade dos alimentos no âmbito domiciliar. Destaca-se a importância de uma análise criteriosa dos dados obtidos uma vez que foram calculadas IDTM, apenas para alguns alimentos selecionados que integram a dieta da população. Também não foram considerados nos cálculos os fatores envolvidos no processamento dos alimentos e a alimentação fora do domicílio.(AU)