Flora bacteriana e perfil de sensibilidade microbiana em ouvido médio de cães da cidade de Viçosa, Alagoas
Santos, Anne Priscila Cavalcante dosMatos, Claudijane de CarvalhoMelo, Elyse Viana deSilva, Karla Patricia Chaves da
A otite resulta de qualquer inflamação do conduto auditivo, com numerosos agentes etiológicos envolvidos e diferentes fatores predisponentes, figurando dentre as infecções mais frequentes em cães, em qualquer faixa etária. Objetivou-se nesse estudo, identificar e comparar a frequência de agentes etiológicos da otite em cães domiciliados e errantes, bem como avaliar a susceptibilidade a antimicrobianos utilizados na clínica veterinária. As colheitas foram realizadas no município de Viçosa, Alagoas, com o auxílio de swabs esterelizados, na região média dos dois ouvidos de cada animal, sendo 10 cães errantes e 10 cães domiciliados, totalizando 40 amostras, as quais foram submetidas a exame direto e microbiológico. As bactérias isoladas foram submetidas ao teste de sensibilidade microbiana in vitro, utilizando o método de difusão com discos antimicrobianos de: Cefalexina (30ug), Eritromicina (15ug), Tobramicina (10ug), Azitromicina (15ug) e Sulfazotrin (25ug). No exame microbiológico foram identificados Staphylococcus sp., Streptococcus sp., Bacillus sp. e Malassezia sp., e a frequência de animais domiciliados positivos neste mesmo exame foi de 50% (5/10), enquanto nos errantes foi de 70% (7/10). A incidência de agentes patogênicos da otite em cães errantes supera a de cães domiciliados por estes estarem sujeitos a várias en- fermidades e supressões do sistema imunológico, que são fatores primários para a otite. Nos cães domiciliados, 60% (3/5) apresentaram agentes, sendo estes Staphylococcus sp. e Bacillus sp., resistentes a todos os antimicrobianos, tendo os outros 40% (2/5) Sta- phylococcus sp.com susceptibilidade intermediária somente ao Cefalexina. Já nos cães errantes, 85,72% (6/7) apresentaram agentes, sendo estes Staphylococcus sp., Steptococcus sp. e Bacillus sp., resistentes a todos os antimicrobianos, enquanto 14,28% (1/7) também apresentaram Staphylococcus sp. com susceptibilidade intermediária somente a Cefalexina, sendo este antibiótico, portanto, o mais eficaz desse estudo. A maior frequência de bactérias resistentes em cães errantes pode ser justificada pelo fato destes se infectarem e as propagarem entre si, uma vez que os microrganismos resistentes podem passar os genes da resistência à sua descendência, onde as bactérias que transferem ou recebem estes genes podem ser até mesmo de gêneros diferentes. Nos animais do- miciliados a frequência de bactérias resistentes foi menor, porém, a multirresistência aos antibióticos evidencia a importância do controle do uso de antibióticos, bem como o uso de exames laboratoriais para a avaliação da susceptibilidade a antimicrobianos pelo médico veterinário, a fim de obter maior sucesso na cura e diminuir a seleção de microrganismos resistente.(AU)
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