VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 18-18

Emergência obstétrica e ovariohisterectomia em porquinho da india (Cavia porcellus): relato de caso

Moura, Francyelly M. Bezerra deMelo, Livia de LimaArgolo, Flávia de AlmeidaLima, Juliana da SilvaSilva, Taine Cris Soares daEscodro, Pierre Barnabé

Os Porquinhos da Índia (Cavia porcellus) pertencem a classe Mammalia, ordem Rodentia, sendo criados com as finalidades de produção de carne, criação para uso como cobaias em pesquisas científicas e como animais de companhia (pet). A ovário- -histerectomia é pouco relatada na espécie, mas é indicada para controle populacional e em enfermidades obstétricas como aborto, hemorragia uterina, piometra e maceração fetal. Foi recebido no Laboratório de Inovação em Cirurgia, Hemoterapia e Terapias Celulares Veterinárias da UFAL (LABINOVET- UFAL) um roedor da espécie Cavia porcellus, fêmea, branca, com 6 meses de idade, de companhia (pet) e massa corporal de 470 gramas com queixa clínica era de sangramento vaginal e apatia há três dias, sendo que foi levada ao medico veterinário e ao exame radiológico apresentou imagem sugestiva de prenhez com dois fetos, sendo aplicado vitamina K. Há 24 horas havia abortado um feto e uma massa dismorfa, continuando com sangramento até o momento do exame clínico, quando apresentou FC 210 bpm, FR 68 mpm, temperatura de 37,1 °C e muita dor à palpação abdominal. A opção terapêutica foi a anestesia dissociativa de urgência e ovário-histerectomia (OVH), não sendo realizado hemograma pré-cirúrgico pela dificuldade de coleta na espécie, estresse animal e possível anemia devido ao sangramento (evitando retirada de mais sangue). Foi realizado indução anestésica com atropina (0,05 mg/kg), Midazolam (2 mg/kg) e Cetamina ( 100 mg/kg) na mesma seringa por via intramuscular. A celiotomia foi retro-umbilical, com ovários-histerectomia realizada por laqueadura simples dos vasos ovarianos, rafia uterina com padrão Parker-Kerr, fechamento de muscular padrão Sultan, Cushing no subcutâneo e isolado simples na pele, todos utilizando fios poliglactina 910 4,0. A cirurgia durou 28 minutos, sem complicações cirúrgicas, porém com as intercorrências anestésicas de bradipnéia (20 mpm) e hipotermia (32,7°C) no pós-cirúrgico imediato, com o animal despertando em 5 horas após a cirurgia, necessitando de cuidados de aquecimento, monitoração fisiológica e fuidoterapia com ringer lactato morno por via subcutânea ( 80 mL /kg em duas aplicações), associando: 10 mg/kg de enrofloxacina, 100 mg/kg de ácido tra- nexâmico, 20 mg/kg de aminofilina e 3 mg/kg de cetoprofeno. No pós-cirúrgico foi utilizado enrofloxacina (10 mg/kg/a cada 12 horas/ 5 dias) e cetoprofeno ( 3 mg/kg/24 h/3 dias) por via oral, além de curativo com clorexidine 1%. A OVH éi exequível em animal da espécie Cavia porcellus utilizando anestesia dissociativa, porém são necessárias monitoração rigorosa e intervenções promotoras de homeostase na recuperação anestésica, devido aos riscos de hipotermia e bradipnéia.(AU)

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