Alta ocorrência de vírus em abelhas migratórias: um risco para a saúde das abelhas no sul do Brasil
Frühauf, Matheus IuriBarcelos, Lariane da SilvaSattler, AroniBotton, Nadálin YandraRibeiro, Leonardo ClasenHübner, Silvia de OliveiraLima, Marcelo deFischer, Geferson
RESUMO: O aluguel e o movimento periódico de colônias, com a finalidade de polinização e produção de mel, caracterizam atualmente a apicultura migratória. Apesar de economicamente vantajosa, essa prática causa às colônias migratórias um aumento de estresse e da exposição a diversos patógenos. O objetivo deste estudo é relatar as múltiplas viroses identificadas em apiários migratórios localizadas no sul do Brasil. Foram coletadas abelhas de 135 colônias da espécie Apis mellifera, utilizadas na apicultura migratória nos anos de 2021 e 2022 para a polinização e/ou produção de mel de culturas de maçã, canola, uva-do-japão, eucalipto e girassol. Essas colônias permaneceram alojadas na Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Cada amostra foi submetida à técnica de Reação em Cadeia da Polimerase convencional, com Transcrição Reversa, utilizando dois multiplexes: Multiplex 1 para Deformed Wing Virus (DWV), Black Queen Cell Virus (BQCV) e Israeli Acute Paralysis Virus (IAPV); e Multiplex 2 para Sacbrood Virus (SBV), Chronic Bee Paralysis Virus Bees (CBPV) e Acute Bee Paralysis Virus (ABPV). Amostras positivas foram selecionadas para purificação, sequenciamento e análise. Das 135 colônias analisadas, 12 (8,9%) foram positivas para ABPV, 124 (91,8%) para BQCV, 85 (63,0%) para CBPV, 123 (91,1%) para DWV, 3 (2,2%) para IAPV e 96 (71,1%) foram positivas para SBV. Apenas duas amostras foram consideradas negativas e todas as amostras apresentavam ao menos dois diferentes vírus. O presente estudo demonstra a alta ocorrência de infecções e múltiplas infecções virais em abelhas migratórias. Além disso, este é o primeiro relato de IAPV e CBPV no estado do Rio Grande do Sul.
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