Detecção e descontaminação de Mycoplasma em cultivos celulares e cepas virais
Andrade, Glaucia Prado dePedroso, Natália HettwerBecker, AliceSantos, Vinicius Soares dosBonella, JucianeSilva Júnior, José Valter JoaquimWeiblen, RudiFlores, Eduardo Furtado
RESUMO: A contaminação de produtos biológicos com Mycoplasma spp. representa um grande problema para laboratórios e indústria de vacinas. Este trabalho investigou contaminação por Mycoplasma spp. em cultivos celulares e cepas virais do Setor de Virologia da Universidade Federal de Santa Maria e avaliou drogas e protocolos de descontaminação. Dentre 25 cultivos celulares testados por PCR, 16 (64%) estavam contaminados. Quatorze cepas virais também estavam contaminadas, incluindo três do vírus da diarreia viral bovina 1 (BVDV-1), dois BVDV-2, quatro do alfaherpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1) e um de HoBiPeV, BoHV-2, BoHV-5, vírus parainfluenza bovino 3 (bPI-3V) e vírus sincicial respiratório bovino (BRSV). Duas drogas (Plasmocin ® [P] e gentamicina [G]) foram utilizadas individualmente ou combinadas para a descontaminação celular. Linhagens celulares bovinas (MDBK e CRIB), suínas (PK-15), de coelho (RK-13) e de hamster (BHK-21) foram mantidas em meio contendo as drogas e testadas por PCR a intervalos semanais. O tratamento combinado P + G foi eficaz na eliminação de Mycoplasma spp. de quatro cultivos entre os dias 35 e 42, seguido pelo tratamento com Plasmocin ® (3/4) e gentamicina (1/4). A linhagem CRIB não pôde ser descontaminada. Posteriormente, um protocolo de descontaminação de cepas virais foi realizado, consistindo em amplificação em cultivo celular, centrifugação, filtração, diluição limitante e amplificação em células livres de Mycoplasma spp. As quatorze cepas virais foram descontaminadas após 1 a 4 ciclos do protocolo. Em conclusão, detectou-se uma alta frequência de contaminação por Mycoplasma spp. em cultivos celulares e cepas virais e aplicou-se com sucesso drogas e protocolos de descontaminação.
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