Fatores ambientais associados com a soroprevalência de infecção por Leptospira spp. em cães errantes e de abrigo no bioma Caatinga
Severo, Maylson AndradeHenrique, Clécio LimeiraAraújo, Sabrinna de SalesPortela, Roseane de AraújoMagalhães, Nathália Maria de AndradeRocha, Karla Nayalle de SouzaAlves, Clebert JoséSantos, Carolina de Sousa Américo BatistaAzevedo, Sérgio Santos de
A leptospirose é uma doença zoonótica que deve ser estudada sob o ponto de vista da Saúde Única. É possível que existam particularidades na epidemiologia da leptospirose no bioma Caatinga, onde o ambiente é muitas vezes desfavorável e desafia a adaptabilidade de Leptospira spp. No total, 100 cães (47 de abrigos e 53 errantes) selecionados com base em cálculo amostral foram utilizados para avaliar a soroprevalência de Leptospira spp. e os fatores associados. O teste de soroaglutinação microscópica (SAM) foi aplicado para detetar anticorpos anti-Leptospira spp. (título 50 como ponto de corte). Os fatores de risco foram identificados utilizando a análise de regressão de Poisson robusta. Vinte e quatro animais (24%; IC 95% = 15,6% - 32,4%) foram soropositivos, os títulos de anticorpos variaram de 50 a 200, e os serogrupos reagentes foram Ballum (17%), Autumnalis (6%) e Djasiman (1%). Os fatores/categorias associados à seropositividade foram o ambiente onde o animal se encontra/solo (razão de prevalência [RP] = 6,03; IC 95% para RP: 1,86 - 7,69; P < 0,001) e o acesso a água poluída/sim (RP = 3,79; IC 95% para RP: 1,85 - 24,22; P = 0,011). Os resultados sugerem a leptospirose como uma preocupação no contexto da Saúde Única em cães errantes e de abrigos no bioma Caatinga, apesar das condições adversas desse bioma para a sobrevivência de Leptospira spp. no ambiente. Além disso, apesar de serem questões sociais e governamentais, fatores como o ambiente onde o animal fica (solo) e o acesso à água poluída devem ser cuidadosamente analisados e corrigidos para evitar a transmissão de leptospiras para animais e humanos.
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