Anticorpos anti-Toxoplasma gondii e anti-Neospora caninum em cães com e sem sinais neurológicos
Caramalac, Silvana MarquesCaramalac, Simone MarquesLeite, Bets-Saba Naate Naumann CerqueiraCastilho, Pablo MenegonMinutti, Ana FláviaMartins, Thais AgostinhoGarcia, João LuisBarros, Luiz Daniel deRomão, Felipe GazzaPalumbo, Mariana Isa Poci
Este estudo teve como objetivo investigar a associação entre sinais neurológicos, assim como possíveis fatores de risco e soroprevalência de Toxoplasma gondii e Neospora caninum em cães de Campo Grande, região de Mato Grosso do Sul, Brasil. Nesse estudo, os cães foram divididos em dois grupos, baseado na presença ou ausência de sinais neurológicos (n = 30 em cada grupo). O diagnóstico sorológico foi realizado por meio do teste imunofluorescência indireta (RIFI). No grupo com distúrbios neurológicos, 23.3% e 30% dos cães tinham anticorpos anti-T. gondii e anti-N. caninum, respectivamente. Além disso, três cães deste grupo estavam coinfectados com ambos os protozoários. No grupo sem sinais neurológicos, 16.7% e 13.3% dos cães foram soropositivos para T. gondii e N. caninum, respectivamente. Apesar da presença de sinais neurológicos não ter sido associado a infecção por T. gondii ou N. caninum ( P = 0.747 e P = 0.21, respectivamente), houve associação estatística entre soropositividade para T. gondii e alteração neurológica periférica (P = 0.016) entre os cães com sinais neurológicos. A ingestão de carne crua foi o único fator de risco que apresentou associação com a presença de anticorpos para N. caninum (P = 0.041). Estes resultados mostraram evidência de que a exposição a N. caninum e T. gondii em cães independe da presença de sinais neurológicos. Além disso, este estudo destaca a necessidade de investigação sorológica para T. gondii em cães com distúrbios neurológicos periféricos, e o oferecimento de carne crua aos animais deve ser evitada devido ao risco de infecção por neosporose.
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