Meningoencefalite secundária a rinite por Pythium insidiosum em um ovino
Firmino, Millena de OliveiraLeite, Ialys MacêdoSousa, Davi Emanuel Ribeiro deMaia, Lisanka ÂngeloSimões, Sara Vilar DantasKommers, Glaucia DeniseGaliza, Glauco José Nogueira deDantas, Antônio Flávio Medeiros
Relata-se um caso de meningoencefalite por Pythium insidiosum secundária a rinite em uma ovelha mestiça, três anos de idade, proveniente de um rebanho de 15 animais, criados extensivamente e com acesso livre a açude. O animal apresentava dispneia leve, cegueira, midríase, opistótono, nistagmo, incoordenação, diminuição do tônus mandibular e espasticidade dos membros pélvicos. O exame macroscópico da cavidade nasal evidenciou uma massa vermelho-escura, irregular, friável, que comprometia bilateralmente o septo nasal e a porção rostral dos cornetos nasais. No encéfalo, havia espessamento difuso das leptomeninges do cerebelo e porção ventral do tronco encefálico caracterizado por material granular amarelado associado à hiperemia dos vasos. No assoalho do quarto ventrículo, havia deposição de material amarelado, irregular, levemente granuloso, que se projetava em direção ao óbex e deslocava o cerebelo dorsolateralmente. Microscopicamente, havia rinite piogranulomatosa, eosinofílica, necrosante e meningoencefalite fibrinossupurativa, eosinofílica, necrosante, ambas associadas à trombose, vasculite e hifas intralesionais. Pela utilização da técnica de GMS as hifas foram impregnadas pela prata e apresentavam paredes finas e paralelas, raramente septadas e ramificadas. Na imuno-histoquímica, houve imunomarcação com o anticorpo policlonal anti-P. insidiosum em fragmentos do cerebelo e cavidade nasal. Os achados evidenciaram que rinite por P. insidiosum pode afetar secundariamente o sistema nervoso de ovinos, causando sinais clínicos neurológicos inespecíficos.
Texto completo