Percepção dos ovinocultores do sul do Brasil com relação à caudectomia em ovinos
Stamm, Fabiana de OrteMolento, Marcelo BeltrãoMolento, Carla Forte Maiolino
O objetivo deste trabalho foi compreender melhor a percepção de ovinocultores em relação ao bem-estar de ovinos e aos procedimentos envolvendo a caudectomia desses animais no Paraná, sul do Brasil. O estudo foi realizado por meio de entrevistas telefônicas ou pessoalmente com 146 ovinocultores. Vinte e oito ovinocultores (19,2%) não realizavam caudectomia; a principal razão citada foi porque os produtores criavam ovelhas deslanadas (pelo curto). Cento e dezoito ovinocultores realizavam a caudectomia (80,8%) e as principais razões citadas foram: higiene (61,0%), monta facilitada (42,4%), padrão racial (29,7%) e estética (26,3%). O principal método utilizado para realizar a caudectomia foi o anel de borracha. Apesar dos ovinocultores no Paraná reconhecerem que ovinos são animais sencientes e que a caudectomia causa dor, somente seis (5,1%) aplicavam anestesia durante o procedimento. Nossos resultados demonstram que a opinião dos ovinocultores com relação à caudectomia é divergente. Ovinocultores que realizam a caudectomia devem ser encorajados a usar anestesia e analgesia, além de ponderar a real necessidade para essa prática. Essa afirmação se mostra relevante ao considerar o fato de que alguns produtores relataram a viabilidade de manter ovinos lanados com cauda inteira e o reconhecimento por parte deles do sofrimento causado aos animais durante a remoção da cauda.(AU)
Texto completo