Prevalência de alterações comportamentais em cães idosos
Svicero, Denis Jeronimo Heckler, Marta Cristina Thomas Amorim, Rogério Martins
Devido à melhora na nutrição e na medicina veterinária, há mais cães idosos do que antes. Infelizmente, acompanhando este crescimento na população geriátrica, houve um aumento no número de cães demonstrando distúrbios de comportamento e senilidade aparente. Entretanto, muitos dos proprietários têm considerado todos esses sinais decorrentes de uma inevitável velhice. O objetivo deste estudo foi obter a prevalência de sinais clínicos relacionados com alterações comportamentais na população canina idosa, atendida no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP. Proprietários de 800 cães idosos responderam um questionário sobre desorientação, alterações na interação social, perda de treinamento (urina e/ou defeca em locais não habituais), alterações no ciclo sono-vigília, atividade física, memória, aprendizagem, consciência e percepção. Os resultados obtidos neste estudo apresentaram uma prevalência de alterações comportamentais na população canina idosa significativa, variando de 22,3% dos cães, com pelo menos seis alterações comportamentais e, chegando a 90,7% com pelo menos uma alteração de comportamento, sendo alterações na atividade física (58,5%) e perda de treinamentos adquiridos (30,2%) os grupos de maior percentual relatado pelos proprietários. Conclui-se que a prevalência de alterações comportamentais relacionadas com o envelhecimento da população canina é alta, sendo importante incluir questões sobre as alterações comportamentais durante as consultas clínicas veterinárias regulares para identificar, o mais precocemente possível, estes sinais clínicos e realizar ações para investigar as possíveis causas de déficit cognitivo, incluindo doenças neurológicas, como a Síndrome de Disfunção Cognitiva canina. (AU)
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