Aspectos epidemiológicos da conidiobolomicose em ovinos na região semiárida do Nordeste do Brasil
Aguiar, Gildeni Maria Nascimento deSimões, Sara Vilar DantasSantos, Sérgio AzevedoMarques, Ana Luisa AlvesSilva, Tatiane Rodrigues daDantas, Antônio Flavio MedeirosRiet-Correa, Franklin
Com o objetivo de determinar aspectos epidemiológicos da conidiobolomicose dos ovinos, foi realizado um estudo caso-controle em 27 propriedades (16 com casos e 11 controles) nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Das 16 propriedades com casos, em nove (56,3%), ocorreu apenas um foco e em sete (43,8%) aconteceram dois, totalizando 23 focos no período do estudo. Em 20 focos, foi diagnosticada somente conidiobolomicose e, em três, além de casos de conidiobolomicose, ocorreram casos de pitiose rinofacial. Nos focos de conidiobolomicose, a morbidade variou de 0,7% a 73,3% e a letalidade foi de 100%. Treze focos (56,5%) aconteceram no período chuvoso (janeiro a maio), seis (26,1%) ocorreram no período seco (junho a dezembro) e, em quatro, não foi determinada a época de ocorrência. Em todas as propriedades com casos, os animais tinham acesso a açudes, durante todo o ano ou por períodos de 2-8 meses. Na análise univariada dos fatores de risco referentes aos focos de conidiobolomicose, as variáveis associadas foram: pastejo dos animais às margens dos açudes; período de pastejo às margens dos açudes; presença de matéria vegetal constituída por plantas aquáticas; pressão de pastejo; e raça, afetando predominantemente a raça Santa Inês. Conclui-se que a associação de fatores como pastejo constante em áreas úmidas com matéria vegetal decomposta e solo rico em matéria orgânica expõe os animais à infecção por Conidiobolus spp. e predispõe à ocorrência de focos. A implantação de pastagens para corte, nas margens dos açudes, pode ser uma medida eficaz de controle da conidiobolomicose.(AU)
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