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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Dispersão e predação de sementes de araticum no Cerrado de Mato Grosso, Brasil

Golin, VanessaSantos-Filho, ManoelJosene Barbosa Pereira, Mônica

Este estudo objetivou caracterizar plantas e frutos de araticum (Annona crassiflora), avaliar a frequência de consumo, predação e dispersão de suas sementes por animais e seus efeitos na germinação, em área de Cerrado, entre fevereiro de 2007 a junho de 2008. Baseado em armadilhas de pegadas, registrou-se a frequência de visitação (FV) e o consumo de frutos por animais, além da ação de insetos em frutos caídos no solo, sob as plantas. Estrumes de antas, Tapirus terrestris, foram amostrados para verificar a frequência de ocorrência (FO) e os danos causados por elas e por insetos. Para analisar a dispersão por antas, foram inseridas miçangas coloridas em frutos maduros caídos sob plantas-mãe. Posteriormente, foi medida a distância entre o local das fezes com miçanga até a planta-mãe da cor específica da miçanga. Realizou-se teste de germinação com sementes de amostras fecais e de frutos intactos. Dentre os animais que se alimentaram dos frutos, antas contribuíram com maior frequência de visitação e consumo de frutos de araticum, o qual representou 54% de frequência de ocorrência nas amostras fecais e as sementes não foram significativamente danificadas. Besouros (Scarabaeidae) se alimentaram da polpa de frutos e enterraram sementes de araticum próximo da planta-mãe. Insetos curculionídeos e euritomídeos predaram as sementes de araticum nos frutos. Os danos causados nas sementes por esses insetos foram significativamente maiores que aqueles provocados pelas antas. Foram encontradas duas fezes com miçangas distantes 1,7km e 1,8km das plantas-mãe, respectivamente. A germinação das sementes foi baixa neste período de estudo, no entanto, as antas podem proteger as sementes de insetos predadores, defecando-as intactas para longas distâncias. Assim, T. terrestris é um possível dispersor, enquanto que curculionídeos e euritomídeos são possíveis predadores de sementes de araticum. Essas relações provavelmente contribuem para o controle da população de araticum no Cerrado brasileiro.

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