Macroinvertebrados bentônicos como indicadores do impacto ambiental promovido pelos efluentes de áreas orizícolas e pelos de origem urbana/industrial
Delevati Colpo, KarineTeresinha Brasil, MarisaVielmo Camargo, Bruna
Os macroinvertebrados bentônicos têm sido amplamente utilizados como bioindicadores de qualidade ambiental. O objetivo deste estudo foi comparar a qualidade da água que sai de uma área com cultivo de arroz irrigado (água de drenagem) com a água de irrigação, oriunda do Rio Gravataí, em um ponto na grande Porto Alegre. Este estudo de monitoramento foi conduzido na Estação Experimental do Arroz, pertencente ao Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em Cachoeirinha, Rio Grande do Sul (RS), ao longo da safra de 2006/2007. Uma camada de 5cm de solo contendo macroinvertebrados bentônicos foi amostrada, utilizando um Corer (78,54cm²), na fonte de irrigação da lavoura (Rio Gravataí e Canal de Irrigação) e no receptor de seus efluentes (Canal de Drenagem). Além disso, o oxigênio dissolvido (O2) na água foi registrado em cada ponto. O material foi filtrado em uma peneira com malha de 0,5mm, fixado, triado e identificado. A abundância, riqueza, biodiversidade e equitabilidade foram avaliadas e comparadas entre os pontos amostrados. Tais parâmetros ecológicos demonstraram uma comunidade mais estruturada e complexa no canal de drenagem que no canal de irrigação e no Rio Gravataí, indicando que a qualidade ambiental é melhor no ponto que recebe a água que passa pela lavoura que nos pontos de entrada da água. Portanto, a comunidade de macroinvertebrados bentônicos neste estudo sugere que os efluentes produzidos pelas cidades e indústrias, como os presentes na bacia hidrográfica do Rio Gravataí, em especial da Grande Porto Alegre, são mais agressivos aos ambientes aquáticos que os efluentes drenados de uma lavoura manejada de acordo com as recomendações técnicas para a cultura.
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