Luxação coxofemoral traumática em cães e gatos: estudo retrospectivo (1997-2006)
Laeticia da Trindade Barbosa, AnnaEduardo Wallau Schossler, João
As luxações coxofemorais traumáticas são importantes afecções ortopédicas nos cães e gatos devido a grande frequência com que acometem esses animais. A principal causa são traumas ocasionados por atropelamentos, e a apresentação craniodorsal destaca-se dentre as demais. Podem ocorrer em qualquer raça, sexo e idade, porém os animais adultos são os mais frequentemente afetados. O tratamento primário de escolha é a redução fechada. No entanto, em algumas circunstâncias, faz-se necessário o uso do método aberto/cirúrgico. O objetivo deste trabalho foi avaliar os casos de luxações coxofemorais traumáticas no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. Para isso, foi realizado um estudo retrospectivo dos atendimentos cirúrgicos realizados entre 1997 e 2006 nesse hospital. Observou-se alta incidência das luxações traumáticas (75,8%), sendo o traumatismo por automóveis a causa mais frequente (58,6%), seguido pelas quedas (17,3%), pelos agentes desconhecidos (17,2%) e pelas brigas (6,9%). A proporção canina/felina foi de 29:1, sendo os machos os mais acometidos em ambas as espécies: 65,5% dos cães e 100% dos gatos. Os animais mais predispostos eram da raça Poodle (44,8%) e aqueles sem raça definida (20,7%). Os tratamentos utilizados foram capsulorrafia (18,3%), pino transarticular (56,7%) e excisão artroplástica da cabeça e do colo femoral como método primário (25%). A taxa de sucesso foi de 71,1% nas duas primeiras técnicas, mostrando-se eficientes na redução da luxação coxofemoral traumática, recomendando-se a excisão da cabeça e do colo femoral em sua impossibilidade ou em complicações.
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