O polietilenoglicol aumenta a penetração do vírus da diarréia viral bovina, do vírus da estomatite vesicular e do vírus sincicial respiratório bovino em células de cultivo
Dezengrini, RenataFelipetto Cargnelutti, JulianaWeiblen, RudiFurtado Flores, Eduardo
A baixa eficiência de penetração de alguns vírus em células de cultivo pode representar uma dificuldade para o isolamento e a multiplicação viral in vitro. No presente estudo investigou-se o efeito do polietilenoglicol (PEG) na replicação de sete vírus bovinos em células de linhagem de rim bovino (MDBK). A eficiência de penetração e replicação foi mensurada pela contagem do número de placas virais produzidas em tapetes celulares, após adsorção do inóculo viral (100 DICC50 mL-1) com ou sem a adição de PEG a 5% (peso molecular 6.000). A adição de PEG ao inóculo resultou em aumentos significativos do número de placas para o vírus da diarréia viral bovina (BVDV) (aumento de 3,4 vezes), vírus da estomatite vesicular (VSV) (2,2 vezes) e vírus respiratório sincicial bovino (BRSV) (1,5 vezes). A adição de PEG não produziu aumento significativo no número de placas dos herpesvírus bovinos 1, 2 e 5 (BoHV-1, BoHV-2 e BoHV-5). Por outro lado, o PEG produziu uma redução do número de placas (1,4 vezes) produzidas pelo vírus da parainfluenza bovina (bPI-3V). A adição de PEG a 5% também aumentou a sensibilidade de detecção (entre 10 e 100 vezes) do BVDV no soro de três bezerros persistentemente infectados. Para o BRSV, a adição de PEG aumentou em duas vezes a sensibilidade do isolamento viral de secreções nasais de duas ovelhas infectadas experimentalmente. Esses resultados demonstram que o PEG aumenta a eficiência de infecção do BVDV, VSV e BRSV em células de cultivo, podendo ser utilizado para aumentar a sensibilidade de detecção desses vírus em amostras clínicas (isolamento viral) e/ou, para aumentar os títulos de vírus produzidos em cultivo celular.
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