Esporos de Clostridium botulinum em mel comercializado no Estado de São Paulo e em outros Estados brasileiros
Ragazani, Adriana Valim FerreiraSchoken-Iturrino, Ruben PabloGarcia, Gisela RojasDelfino, Tammy Priscilla ChiodaPoiatti, Maria LuizaBerchielli, Silvina Pelicano
O botulismo infantil tem afetado crianças abaixo de um ano de idade em várias regiões do mundo, e o mel tem sido identificado como uma das mais importantes fontes de intoxicação alimentar. Apesar disso, há dados escassos sobre o botulismo entre crianças no Brasil, especialmente no tipo de alimento comercial mais implicado nesta patologia. Este estudo pretendeu investigar a presença de esporos de Clostridium botulinum em mel comercializado no Brasil. Cem amostras de mel comercializado em seis diferentes Estados brasileiros (SP, MG, GO, CE, MT, SC) foram pesquisados para a presença de esporos de Clostridium botulinum, usando o choque térmico, seguido pela inoculação em caldo Cooked Meat Medium (Difco®) e incubado em condições anaeróbias. As culturas positivas foram analisadas através de esfregaços corados pelo Gram e semeadas em placas de Reinforced Clostrideo Agar (Difco®) e placas de Sulfito Polimixina Sulfadiazina -SPS (Difco®), as quais foram incubadas em condições anaeróbicas para obter colônias desta bactéria. As colônias positivas foram submetidas a teste de toxicidade através da inoculação em camundongos susceptíveis e caracterização bioquímica. Foram encontradas colônias de Clostridium botulinum que produzem toxinas ativas em 7 por cento das amostras de mel comercial, realçando a relevância deste microrganismo para a saúde pública devido ao alto risco potencial de o mel comercializado nestas regiões brasileiras causar o botulismo infantil, especialmente em crianças abaixo de um ano de idade.(AU)
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