Programa hormonal associado ao desmame temporário, na indução de ovulação em vacas de corte durante o pós-parto
Nadal Maciel, MarlonPereira Neves, JairoBayard Dias Gonçalves, PauloFrancisco de Oliveira, JoãoBisognin Bortolotto, EdersonStranieri, Patrícia
Este experimento foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a eficiência de tratamentos hormonais, associados ao desmame temporário, na indução de ovulação após o parto, em fêmeas de corte criadas extensivamente. Foram utilizadas 143 vacas (Hereford e cruzas Hereford x Nelore), pluríparas, entre 50 e 70 dias após o parto, com condição corporal (CC) 2 e 3 (1-5). O grupo SEMED (somatotropina, estradiol, medroxiprogesterona, gonadotrofina e desmame) foi constituído por 50 vacas, as quais receberam (dia 0) 500mg de somatotropina bovina recombinante (bST-r), 5mg de benzoato de estradiol e um pessário intravaginal contendo 250mg de acetato de medróxiprogesterona (MAP) e, seis dias após, (dia 6) 500UI de gonadotrofina coriônica eqüina (eCG). No momento da retirada dos pessários (dia 7), os terneiros foram separados totalmente das vacas por 96h. No grupo EMED (estradiol, medroxiprogesterona, gonadotrofina e desmame), constituído de 48 vacas, adotou-se um tratamento semelhante ao do grupo anterior, diferindo apenas na não utilização da somatotrofina. No grupo CONTROLE, 43 vacas foram unicamente separadas dos seus filhos por 96h. Logo após a retirada dos pessários vaginais e de realizado o aparte dos terneiros, as vacas foram colocadas em um piquete com touros (1:10). Após 53 dias, foi realizado o diagnóstico de gestação por palpação retal e ultra-sonografia, para detectar as vacas que conceberam no estro subseqüente aos tratamentos. Obtiveram-se índices de prenhez de 11,1% , 38,0% e 56,2% respectivamente, para os grupos CONTROLE, SEMED e EMED, cujas diferenças foram significativas (p 0,0001) entre os grupos. No grupo SEMED, a CC das vacas interferiu no tratamento, pois foi observada superioridade (p 0,01) nos índices de prenhez de vacas com CC 3 quando comparadas com vacas em CC 2. Essa diferença não foi verificada nos demais grupos. Os resultados também demonstraram que os tratamentos agiram de maneira diferenciada em vacas com CC 2, com percentuais de prenhez de 12,5, 32,2 e 55,5%, respectivamente, para os grupos CONTROLE, SEMED e EMED (SEMED vs CONTROLE = p 0,01; SEMED vs EMED = p 0,01; CONTROLE vs EMED = p 0,0001). Os índices de prenhez das vacas com CC 3 foram 10,5 , 50,0 e 55,0%, respectivamente, para os grupos CONTROLE, SEMED e EMED e indicaram diferença (p 0,0001) entre os dois grupos e o grupo controle. Os resultados evidenciaram que o tratamento sem a utilização da bST-r, dispensado ao grupo EMED, pode ser adotado com sucesso tanto em vacas em CC 2 como em vacas em CC 3, diferindo do tratamento adotado no grupo SEMED, o qual mostrou-se eficiente somente em vacas com CC 3.
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