Biologia do jundiá Rhamdia quelen (Teleostei, Pimelodidae)
de Carvalho Gomes, LevyIneu Golombieski, JaquelineRegina Chippari Gomes, AdrianaBaldisserotto, Bernardo
O jundiá, Rhamdia quelen, é encontrado desde o centro da Argentina até o sul do México, e seu cultivo está aumentando no sul do Brasil. Portanto, o objetivo desta revisão é apresentar os dados existentes até o momento sobre a biologia dessa espécie. R. quelen pode atingir 50cm de comprimento e 3kg de peso, possui hábito noturno e habita locais calmos e profundos dos rios. Os alevinos suportam água do mar a 10%o, até 9,0g/l de sal comum e pH na faixa de 4,0 a 8,5, com melhor crescimento das larvas na faixa de pH de 8,0 a 8,5. É uma espécie euritérmica. Esse peixe é omnívoro, com tendência piscívora. A maturidade sexual é atingida no primeiro ano de vida. É uma espécie ovulípara e, na natureza, os cardumes desovam em locais com água limpa, calma e de fundo pedregoso. Não apresenta cuidado parental. Possui dois picos reprodutivos por ano (um no verão e outro na primavera) e desova múltipla. A indução da desova apresentou bons resultados com gonadotrofina coriônica humana (HCG) ou extrato hipofisário. O desenvolvimento embrionário de R. quelen é rápido e se dá entre 3 a 5 dias. O melhor alimento artificial para larvas de R. quelen é baseado em lecitina de soja, fígado bovino e levedura. Várias bactérias patogênicas e trematódeos digenéticos já foram identificados em R. quelen. Para um melhor aproveitamento dessa espécie na piscicultura, são necessários mais estudos relacionados ao efeito de parâmetros físicoquímicos da água, alimentação artificial e crescimento em cativeiro.
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