Elementos potencialmente tóxicos em marismas: uma revisão sobre tolerância e acúmulo de metais(loides), biomarcadores e potenciais bioindicadores
Giarratano, EricaPollicelli, Maria de la PazSchwerdt, Carla BelénAlmeida, LetíciaAcioly, Thiago Machado da Silva
As marismas são importantes ecossistemas costeiros que fornecem numerosos serviços ecossistêmicos. Apesar de sua importância ecológica, essas áreas estão expostas a elementos tóxicos potenciais (ETP) provenientes de diversas fontes naturais e antropogênicas. Os metais e metalóides estão entre os poluentes ambientais mais perigosos devido à sua toxicidade, persistência no ambiente, bioacumulação ao longo da cadeia alimentar e por causarem a interrupção do ecossistema, representando um risco para a biodiversidade dessas áreas e para o bem-estar humano. Apresenta-se aqui uma visão geral das plantas halófitas e invertebrados mais utilizados como potenciais bioindicadores de exposição a metais e dos biomarcadores utilizados em marismas, com base em estudos de monitoramento de campo. Os ETP mais estudados em plantas foram Zn, Pb, Cu, Cd, Cr e Mn, com o padrão de acumulação maior nas raízes/rizomas do que nos tecidos aéreos (folhas, caules). Em invertebrados, Zn, Pb, Cu, Cd, Cr, Ni e Fe foram os elementos mais analisados. Esta revisão destaca a importância dos estudos sobre a acumulação e tolerância de ETP em halófitas. É essencial avaliar e monitorar marismas poluídas usando organismos que não apenas têm o potencial de atuar como espécies sentinelas, mas que também possam ser utilizados para a biorremediação. Se faz necessário um entendimento mais profundo sobre a acumulação, transformação e tolerância aos metais por parte dos táxons dominantes que habitam as marismas, bem como os efeitos dos ETP, para definir medidas adequadas de manejo e restauração dos ecossistemas.
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