Caracterização histopatológica de lesões em baços de cães esplenectomizados
Barros, Filliphe SantosPaula, Eduardo Gomes deSueiro, Felipe Augusto RuizJark, Paulo César
O baço desempenha papéis vitais no sistema imune e hematopoiético dos cães. Anormalidades esplênicas são comuns e frequentemente diagnosticadas, exigindo avaliações precisas para determinar o curso de tratamento adequado. Na medicina veterinária, não há consenso sobre como diferenciar essas alterações, portanto, uma prática muito utilizada é a esplenectomia total seguida de avaliação histopatológica. A avaliação histopatológica de um grande número de lesões em baços pode despertar a atenção dos veterinários para o percentual de lesões esplênicas reacionais ou benignas em cães, orientando-os a encontrar novos padrões de diferenciação dessas lesões antes de realizar esplenectomia. Este estudo revisou 1.164 casos de lesões esplênicas em cães, abrangendo o período de 2008 a 2018. Os dados revelam que 55,9% das lesões são não neoplásicas, enquanto 34,7% são neoplasias malignas, com destaque para o hemangiossarcoma esplênico (HSA). As neoplasias benignas representaram 9,4% das amostras. A idade média dos animais varia entre 9,7 e 10,5 anos, dependendo do tipo de lesão. Cães sem raça definida (SRD) são mais afetados, representando 25,6% dos casos. Esses resultados destacam a importância da avaliação histopatológica na diferenciação entre lesões benignas e malignas. Além disso, sugerem que muitas esplenectomias poderiam ter sido evitadas com uma melhor compreensão das características das lesões esplênicas. Essas descobertas têm implicações significativas na tomada de decisões cirúrgicas, destacando a necessidade de uma abordagem mais criteriosa e individualizada no tratamento de lesões esplênicas em cães.
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