Viabilidade do uso de papaína no tratamento de feridas contaminadas por Staphylococcus aureus em ratos Wistar
Silva, Ana Clara DinizSilva, Ana Caroline Romão daChunha, Guilherme NascimentoWanderley, Breno Almeida
A papaína, uma protease de origem vegetal, há décadas vem sendo utilizada como alternativa para a terapêutica de feridas associadas a processos infecciosos. O presente estudo objetivou avaliar a cicatrização por segunda intenção de feridas cutâneas contaminadas e tratadas com papaína a 10%. Foram utilizados 15 ratos machos e hígidos, os quais foram submetidos a duas incisões: Ferida Controle tratada com solução fisiológica a 0,9% e a Ferida Teste, tratada com pomada de papaína a 10%. Ambas estavam previamente contaminadas por inoculação de Staphylococcus aureus. Os animais foram divididos em três grupos com cinco ratos cada: G1 - biopsados no 3°dia, G2 - 7° dia e G3 - 14° dia após a realização das feridas. A avaliação das feridas foi baseada em aspectos macro e microscópicos nos períodos pré-determinados. Posteriormente à biópsia, foram realizados cortes histológicos corados por Hematoxilina Eosina e Tricrômico de Masson. Verificou-se macroscopicamente que a papaína a 10% na Ferida Teste se mostrou mais eficiente quando comparada a Controle aos 7° e 14° dias do experimento. Microscopicamente, as Feridas Teste tiveram uma melhor resposta, em relação às Feridas Controle, sob vários aspectos: menor presença de crosta hematofibrinosa; menor infiltrado inflamatório no 3° e 7° dia, maior quantidade de tecido de granulação variando de moderado a acentuado no 14° dia; maior quantidade de fibroblastos no 7° e 14º dia e maior presença de matriz colágena (organizada) ao 14° dia. Desta forma, concluiu-se que a utilização da papaína a 10% em lesão tecidual contaminada pode auxiliar de forma positiva o processo cicatricial.
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