Cinomose em canídeos silvestres no Brasil
Jucá, Fernanda MeloLima, Beatriz Martins CarvalhoChaves, Roberta Nogueira
A cinomose é uma doença viral multissistêmica causada por um Morbillivirus. No Brasil, existem seis espécies de canídeos silvestres vulneráveis a essa enfermidade. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão sobre a situação da cinomose em canídeos silvestres no Brasil e os impactos causados na fauna brasileira. A transmissão do vírus ocorre através do contato com amostras contaminadas, a exemplo dos aerossóis, excretas e secreções de indivíduos infectados. Os sinais clínicos mais prevalentes são de ordem neurológica, entretanto, também podem ser identificadas manifestações respiratórias, cutâneas e gastrointestinais. Portanto, o diagnóstico consiste na avaliação da sintomatologia apresentada em conjunto com testes específicos, como isolamento viral, ELISA, imunofluorescência e RT-PCR. Atualmente, não existe tratamento específico. Desta forma, são realizados apenas cuidados paliativos. Os grandes carnívoros são os mamíferos mais ameaçados do mundo, sobretudo, em consequência dos impactos causados pela redução do habitat natural, associada à expansão territorial humana. As epidemias também justificam as altas taxas de mortalidades desses animais, o que pode estar relacionado com comportamentos sociais e de farejamento, assim como o crescente contato entre animais silvestres e domésticos devido à urbanização e à proximidade genética que os canídeos silvestres têm com os cães domésticos, tornando-os suscetíveis às infecções. Visto que a cinomose é uma patologia emergente em populações de carnívoros silvestres e que a presença de cães domésticos não vacinados em áreas de conservação representa um grande risco de contaminação, conclui-se que a não vacinação está diretamente associada à perpetuação do vírus no meio selvagem.
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