Distocia fetal canina por hidropsia: uso de diagnóstico ultrassonográfico
Andrade, Amanda Bricio Pereira deMagalhães, Francisco Felipe de
A hidropsia fetal é uma afecção que comumente leva à obstrução do canal do parto e à morte do feto acometido. Ela se caracteriza por um acúmulo anormal de líquido no espaço extravascular, edema subcutâneo generalizado e nas cavidades peritoneal, pleural e pericárdica. Este trabalho objetiva relatar uma hidropsia fetal canina do tipo anasarca, diagnosticada por exame ultrassonográfico, em modo bidimensional. A cadela Fox Paulistinha de 2 anos, estava em trabalho de parto há 12 horas e havia expulsado três filhotes, sendo um natimorto. À palpação foi detectado um filhote no canal do parto e solicitou-se exame ultrassonográfico para avaliação da viabilidade fetal e possível encaminhamento cirúrgico. A ultrassonografia revelou persistência de fetos: um ausente de batimentos cardíacos e obstruindo o canal do parto e outros dois em sofrimento fetal. O feto morto apresentava-se aumentado de tamanho e com edema subcutâneo ao longo de toda a extensão do tronco. Foram observados cistos cervicais bilateralmente, além de efusão pleural e abdominal. A idade gestacional por morfogênese e diâmetro biparietal foi de 68 dias e a placenta encontrava-se aumentada, medindo 0,83cm. A paciente foi submetida a cesariana de emergência. Ambos os filhotes em sofrimento foram retirados, já sem batimentos e o filhote malformado foi necropsiado. Adicionalmente, foi constatada congestão no coração, pulmões, fígado, intestino e peritônio. O filhote hidrópico não afetou a expulsão anterior dos que se posicionaram mais próximos ao canal do parto; contudo, obstruiu a passagem dos que se posicionavam cranialmente a ele, levando ao sofrimento e consequente morte fetal de dois filhotes.
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