Nutrição precoce de pintos de corte
Reis, Túlio Leite
Devido à precocidade e a grande capacidade de ganho de peso dos frangos de corte, a qualidade do pintinho se tornou um parâmetro fundamental. Pintos de baixa qualidade (refugos) tendem a ganhar menos peso e obter pior conversão alimentar, gerando prejuízo aos avicultores. Dentre os vários fatores que impactam na qualidade de pintos de corte, o jejum pós-eclosão é responsável por significativas perdas iniciais de desempenho, sendo essas, muitas vezes, não compensadas futuramente. Durante a vida embrionária, os pintos de corte já possuem enzimas digestivas ativas, assim como mecanismos de absorção de nutrientes no intestino; mas, tanto as enzimas, quanto a capacidade intestinal não se encontram no seu ápice de funcionamento. Após a eclosão, devido à falta de alimento, uma escassez de carboidratos de origem alimentar, leva ao pintinho necessitar prover glicose via gliconeogênese de origem proteica, processo esse que pode levar o pintainho à cetose e também redução da disponibilidade de água metabólica; sendo todo esse quadro agravado, quanto maior for o tempo em que a ave ficar em jejum, após o nascimento. O jejum pré-alojamento pode gerar inúmeros impactos negativos no desempenho da ave: no desenvolvimento muscular, no crescimento visceral e na microbiota intestinal. O fornecimento de uma ração logo após a eclosão, durante o trajeto incubatório-granja, se mostra uma alternativa para reduzir os malefícios ocorridos devido ao jejum pós-eclosão; no entanto, é necessário antes um estudo econômico, visto que dependendo do tempo de jejum entre o nascimento e o alojamento das aves essa prática pode não ser viável.
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