Determinação do risco de consumo de leite cru relacionado à intoxicação estafilocócia
Santana, Elsa Helena WalterCunha, Maria de Lourdes Ribeiro de Souza daOliveira, Tereza Cristina Rocha Moreira deMoraes, Luciane BiliaAragon-Alegro, Lina CasaleBeloti, Vanerli
Este trabalho teve como objetivo identificar os riscos de intoxicação estafilocócica pelo consumo de leite cru. Foram analisadas amostras de 51 propriedades em Londrina (PR) e 50 em Pelotas (RS), com o objetivo de determinar a população de estafilococos coagulase-positivos (UFC/mL) em leite, verificar a capacidade de produzir enterotoxina estafilocócica A (EEA) através do teste de imunodifusão (OSP), a presença do gene para produção EEA (PCR) nas culturas isoladas e a pesquisa de enterotoxina (EEA a EEE) nas amostras de leite através do kit comercial ELISA. Das 101 amostras, 19 (18,8%) apresentaram contagens de estafilococos coagulase positivos (ECP) acima de 105 UFC/mL. Quanto à capacidade enterotoxigênica das culturas isoladas (OSP), seis culturas produtoras de coagulase (5,5%) foram positivas no teste e identificadas como S. aureus. Das amostras coagulase negativas, 1 foi positiva no OSP (5,5%). Quanto à presença do gene para síntese de EEA, das 51 culturas de estafilococos testadas, 14 (27,45%) apresentaram o gene, sendo que, destas, somente 5 (9,81%) culturas foram capazes de expressá-lo na técnica do OSP. Quanto à característica morfológica das culturas avaliadas para a capacidade enterotoxigênica, 14 (33,3%) culturas que apresentaram o gene para produção de EEA foram caracterizadas como culturas típicas de S. aureus no ágar Baird Parker. Das amostras (12) utilizadas para pesquisa de EEA a EEE no leite, em nenhuma se detectou a presença de EE. Pode-se concluir que há extensa contaminação do leite cru por estafilococos coagulase-positivos, embora a maioria das colônias isoladas não fosse enterotoxigênica ou não expressasse esta característica. Somente 9,81% das colônias testadas expressaram o gene e efetivamente produziram EEA. Nenhuma das amostras apresentou enterotoxina detectável no leite. As amostras de leite testadas não apresentaram risco de causar intoxicação estafilocócica (EEA) se consumidas in natura até o momento da coleta.
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