Precisamos falar sobre cães em unidades de conservação
D´Elia, Mirella LauriaMacêdo, Joana AngélicaPereira, Pedro Lúcio LithgSoares, Danielle Ferreira de Magalhães
A população de cães no mundo já ultrapassa os 700 milhões de indivíduos distribuídos entre áreas urbanas e periurbanas, rurais e naturais, por exemplo as áreas de proteção integral, superando todas as outras populações carnívoras do mundo (Lessa et al., 2016; Paschoal et al., 2016).O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de populações de cães domésticos.Para entender um problema de proporções continentais, é preciso também entender um pouco mais sobre as dimensões humanas da nossa relação comesses animais. Por milhares de anos selecionamos os cães para desempenhar um conjunto de habilidades cognitivas e sociais, atendendo às mais diversas demandas de trabalho e lazer. É inegável que os cães desempenham até hoje funções extremamente importantes em nossas vidas, direta ou indiretamente.Contudo, a falta de conscientização por parte da população acercada posse responsável e a falta de políticas públicas permanentes que logremo controle populacional de cães tem levado a um número crescente e assustador de animais livres e ferais, hoje estimado em 75% da população existente no mundo (Lessa etal., 2016). Em muitos casos, esses animais podem sobreviver independentes da intervenção e assistência humana, se alimentando de lixo ou,ainda, com acesso às áreas florestadas, podem possuir como subsistência primária a predação de animais silvestres (Rangel e Neiva,2013). Essa adaptação, cada vez mais favorecida pela fragmentação, redução e antropização de áreas naturais, nos coloca hoje diante de um problema impreterível: a presença de cães dentro de unidades de conservação.
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