Aplicação do carvão ativado em áreas de ulceração gástrica em cavalos: estudo experimental preliminar
Zibordi, MiriamSá, Lilian Rose Marques deBelli, Carla Bargi
A ulceração gástrica é identificada com frequência em cavalos adultos, trazendo implicações econômicas e de bem-estar importantes a estes animais. Embora existam vários fármacos que possam ser empregados no tratamento, a utilização de adsorventes como o carvão ativado ainda não é citada, podendo ser de grande valia como opção terapêutica, principalmente por ter poucos efeitos adversos, ser eliminado nas fezes e ter baixo custo. O objetivo do estudo foi avaliar pela primeira vez o uso de carvão ativado em casos de ulceração gástrica induzida experimentalmente em equinos e a caracterização microscópica das partículas de carvão em relação ao epitélio lesionado. Foram utilizados cinco cavalos adultos, sem raça definida que foram submetidos a protocolo de indução de úlceras gástricas baseado em alternância entre jejum e acesso livre ao alimento. Após esse período, foi realizado exame gastroscópico seguido da aplicação sobre as úlceras do carvão ativado diluído em água através de uma sonda passada pelo canal de trabalho do gastroscópio. A mucosa gástrica foi lavada com água após cinco minutos de contato, até a completa ausência de visualização macroscópica do produto. Logo após foi realizada biópsia da mucosa aglandular, em locais em que era possível observar lesões erosivas a ulcerativas, e os fragmentos foram avaliados microscopicamente. Macroscopicamente, todos os animais apresentaram lesões ulcerativas em curvatura maior ou menor do estômago, ao longo da região de margo plicatus, com hiperqueratose na porção aglandular. Microscopicamente, foram observadas hiperplasia, hiperqueratose, erosão do epitélio, células epiteliais descamadas, células inflamatórias e partículas de carvão aderidas ao epitélio ou livres em quantidade variável em todos os animais. Concluímos que o carvão ativado permanece aderido às lesões gástricas aglandulares em equinos mesmo após a lavagem com água e após o processamento histológico, podendo ser observado microscopicamente, devendo-se agora avaliar sua efetividade como terapia para lesões gástricas em equinos.(AU)
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