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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Motivação e desempenho sexual em ratos com e sem experiência sexual tratados com ivermectina: um estudo da vocalização ultrassônica

Rodrigues, Paula da SilvaSampaio, Ana Claudia SilvaSilva, Éricka Patrícia daSuffredini, Ivana BarbosaBondan, Eduardo FernandesBernardi, Maria MarthaKirsten, Thiago Berti

Em mamíferos, a ivermectina (IVM) atua como agonista do receptor GABAA e estimula a liberação de GABA. Estudos anteriores mostraram que a IVM reduz o desempenho sexual, prejudicando a latência para a primeira monta e intromissão. Esses parâmetros são geralmente considerados parâmetros motivacionais do comportamento sexual. Por outro lado, a IVM aumenta a atividade GABAérgica levando à incoordenação motora. Assim, é possível que a IVM afete o desempenho sexual devido a um impedimento motor. O presente estudo analisou a vocalização ultrassônica em ratos para verificar se a IVM prejudica o comportamento sexual via mecanismos motivacionais ou comprometimento motor. Uma vez que a experiência sexual atenua o comprometimento do desempenho motor, também foram estudados ratos com experiência sexual. Ratos sexualmente inexperientes e experientes foram administrados com uma dose terapêutica de IVM ou solução salina IVM. Os ratos foram expostos a fêmeas receptivas e foi avaliada a latência para a primeira monta, seguida do teste de vocalização ultrassônica (USV) de 50 kHz. O tratamento com IVM em ratos inexperientes aumentou a latência para a primeira monta em relação a ratos inexperientes tratados com solução salina, enquanto não foram observadas diferenças entre ratos experientes tratados com IVM e solução salina. Em ratos inexperientes tratados com IVM ocorreu redução da frequência e total de USVs, bem como aumento do tempo médio de USVs em relação aos ratos sem experiência. Ratos experientes tratados com IVM não mostraram diferenças na frequência, média e máxima das USVs em relação aos ratos experientes tratados com solução salina; no entanto, observou-se aumento no total de USVs e na frequência dominante de USVS em ratos experientes tratados com IVM comparados aos experientes tratados com solução salina. Observou-se correlação negativa e positiva entre a latência para a primeira monta e USVs nos grupos sem e com experiência tratados com IVM, respectivamente. Assim, propomos que a IVM aumentou a motivação sexual de ratos expostos a uma fêmea em estro com base em USVs, apesar de apresentar aumento na latência para a primeira monta. O aumento da latência para a primeira monta foi atribuída à incoordenação motora, conforme observado anteriormente e proposto por nosso grupo.(AU)

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