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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Diagnóstico incorreto de erliquiose monocítica canina: por que ainda arriscamos vidas animais?

Silva, Lizandra Fernandes daOliveira, Priscila Gomes deCampos, Amanda Noeli da SilvaSilva, Vera Lúcia Dias daSaturnino, Klaus CasaroBraga, Ísis AssisAguiar, Daniel Moura deRamos, Dirceu Guilherme de SouzaMoreira, Cecília Nunes

A Erliquiose Monocítica Canina (EMC) é uma doença transmitida por carrapatos causada pela Ehrlichia canis, apresentando formas aguda, crônica ou subclínica, sem sintomatologia clínica específica. O diagnóstico da doença é baseado na associação entre achados clínicos e laboratoriais (esfregaços de sangue, técnicas moleculares e sorologia). O objetivo deste estudo foi demonstrar a ocorrência de resultados falso-positivos para Ehrlichia spp. na prática clínica veterinária. Neste contexto, 70 cães com esfregaços sanguíneos positivos, antes do tratamento, para Ehrlichia spp. submetidos ao tratamento com doxiciclina e/ou imizol foram analisados por exame hematológico, testados por reação em cadeia da polimerase (PCR) e por ensaio de imunofluorescência indireta. Não houve a detecção de amostras positivas para E. canispela análise de PCR, enquanto as técnicas sorológicas mostraram uma frequência de 51,4% de cães com anticorpos (IgG) contra Ehrlichia spp. Houve correlação entre hiperproteinemia e títulos > 10.240. 24,3% (17/70) apresentaram alterações inespecíficas que ocorreram na EMC, como anemia, leucopenia e trombocitopenia. Os resultados indicaram que o hemograma e a análise do esfregaço sanguíneo não foram suficientes para completar o diagnóstico em cães. No entanto, resultados sorológicos positivos associados a alterações hematológicas sugestivas de erliquiose em cães podem ser erroneamente atribuídos pelo veterinário, o que pode colocar em risco a vida dos animais.(AU)

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