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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Associação cetamina S(+), dexmedetomidina e butorfanol na contenção química de araracangas (Ara macao)

Caldas, Suzana Maria da SilvaGering, Ana PaulaSantos, Mara Régia TeixeiraMendonça, Cinthian CássiaCarreira, Adriana GenelhúArmani, Daniela Jorge CoutinhoBenarrós, Marina Sette CamaraDiniz, Rafael Romeu Ferreira

O presente estudo objetivou avaliar os efeitos do uso da cetamina S(+) 20 mg/kg associada à dexmedetomidina 25 µg/kg e butorfanol 0,4 mg/kg sobre os parâmetros fisiológicos, tempo e qualidade da recuperação anestésica de araracangas (Ara macao). Foram utilizados oito espécimes de Ara macao cativas da Fundação Zoobotânica de Marabá, Pará. A captura foi realizada com o uso de puçá e rede de contenção e em seguida as aves foram submetidas ao protocolo proposto. Foram avaliados: frequência cardíaca, frequência respiratória, saturação parcial da oxihemoglobina (SpO2), temperatura corporal e pressão arterial não-invasiva a partir de 5 minutos após a aplicação dos fármacos (M0) e a cada 10 minutos seguintes (M1, M2, M3, M4 e M5), totalizando 55 minutos de contemplação dos efeitos anestésicos. A glicemia foi avaliada aos 5 minutos da aplicação dos fármacos e repetida após 30 minutos. Também foi determinado o tempo de indução e de recuperação. Dentre os parâmetros avaliados, a frequência cardíaca e a temperatura demonstraram queda estatisticamente significativa ao longo do período anestésico, ambas com os menores valores registrados aos 55 minutos após a aplicação dos fármacos (M5). A frequência respiratória não apresentou diferença estatística e todos os animais se mantiveram estáveis e com a frequência próxima a média de 20±8mpm. A saturação da oxihemoblobina (SpO2) ao longo do período anestésico foi de 92±5%, não houve diferença estatisticamente relevante, as aves permaneceram sob ventilação espontânea e sem suplementação de oxigênio. As pressões arteriais sistólica, diastólica e média, mantiveram-se estáveis e não houve diferença estatística para nenhuma dessas medidas. A glicemia, mensurada em M0 e M3 demonstrou queda discreta, sem diferença significativa capaz de justificar um efeito adverso ou mesmo hipoglicemia. O tempo de indução, desde aplicação dos anestésicos até o decúbito, foi de 2,4±0,7 minutos. O tempo de recuperação, compreendido desde a aplicação dos fármacos (M0) até a constatação da posição bipedal sem esforço e adequada flexão das falanges, foi de 99,3±32,4 minutos. A qualidade de sedação foi considerada intensa e a recuperação anestésica foi classificada como ótima para 62,5% e boa para 37,5% dos animais.(AU)

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