Efeito da eletronarcose e do método de insensibilização por atmosfera controlada no comportamento das aves ao abate, nos indicadores sanguíneos de estresse e nas características da carne
Pinto, Marcos FrankeBitencourt, Diego AugustoPonsano, Elisa Helena GiglioGarcia-Neto, ManoelBossolani, Iderlipes Luiz Carvalho
O Brasil é o maior exportador e terceiro maior produtor mundial de carne de frango. A fim de manter a competitividade, o setor produtivo deve estar sempre alerta às exigências dos consumidores e a preocupação com o bem-estar animal é uma tendência crescente. Aspectos envolvendo bem-estar animal são particularmente críticos no abate de frangos de corte. Este estudo avaliou a insensibilização de frangos em uma câmara com atmosfera enriquecida de CO2 para reduzir o estresse das aves, em comparação com a insensibilização elétrica em cuba dágua, o método de atordoamento mais usual no abate de frangos. Foi comparada a reação das aves quando expostas a uma alta concentração de CO2 (30%) ou a uma concentração inicial de 10% de CO2, elevada gradualmente até 30%. O efeito da mistura de argônio com CO2 também foi avaliado, sempre visando a redução das reações de desconforto das aves. Cerca de dois terços das aves apresentaram reações evidentes de desconforto antes do atordoamento, em todos os parâmetros de insensibilização gasosa utilizados, porém, as concentrações sanguíneas de corticosterona e glicose, usados como indicadores de estresse, indicaram que a insensibilização com CO2 promoveu o bem-estar das aves. O tempo de exposição ao CO2 necessário para o atordoamento das aves e o tempo de recuperação da consciência após a saída da câmara de gás apresentou ampla variação. A insensibilização por atmosfera controlada de CO2 facilitou o manejo das aves durante o abate,mas serão necessários mais estudos para desenvolver essa alternativa tecnológica, de forma a torná-la viável para aplicação industrial.(AU)
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