VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 429-438

Macroscopia do aparelho digestório do cágado sul–americano Mesoclemmys vanderhaegei (Bour, 1973)

Pinheiro, Juliana NormandoGodoy, Isabela deBrito, Elizângela Silva deStrüssmann, ChristineFerraz, Rosa Helena dos Santos

Ainda há poucas descrições anatômicas a cerca do trato digestório de representantes da ordem Testudines, especialmente sobre o cágado-de-Vanderhaegei, Mesoclemmys vanderhaegei. A ocorrência desta espécie abrange as bacias dos rios Paraguai, Paraná e Amazônica. Estudos sobre a sua ecologia e morfologia ainda são pouco explorados, dessa forma, o aparelho digestório foi caracterizado macroscopicamente pela dissecção desse sistema em dez espécimes. A boca possui comprimento orocaudal ligeiramente maior que o laterolateral. Os lábios são formados por placas córneas. A língua é macia e está totalmente fixada ao assoalho da cavidade oral. O esôfago possui luz ampla e paredes delgadas na região cervical, tornando-se gradativamente mais estreito e de paredes espessas caudalmente. O estômago apresenta forma semelhante à letra "U" e podem ser distinguidas as regiões do cárdia, do corpo e do piloro, com mucosa totalmente pregueada. Na transição deste para o intestino delgado o esfíncter pilórico é conspícuo. O intestino apresenta-se disposto entre o delgado e grosso, sendo o primeiro constituído pelo duodeno e jejuno, não sendo possível identificar macroscopicamente o íleo. Da mesma forma, não se observa o ceco como primeiro segmento do intestino grosso, sendo este formado pelo cólon, que se abre em um pequeno compartimento pigmentado da cloaca. O fígado apresenta variação no padrão de lobação, no entanto, a presença dos lobos hepáticos direito e esquerdo é constante nos espécimes analisados. O pâncreas é facilmente observado em sintopia com o duodeno. Nesta análise, o trato digestório de Mesoclemmys vanderhaegei apresenta padrão semelhante ao de outras espécies de quelônios pesquisados da família Chelidae. (AU)

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