Identificação, resistência antimicrobiana e caracterização genotípica de Enterococcus spp. isolados em Porto Alegre, Brasil
Bender, Eduardo AndréFreitas, Ana Lúcia Peixoto deReiter, Keli CristineLutz, LarissaBarth, Afonso Luís
Nas últimas duas décadas os membros do gênero Enterococcus emergiram como importantes patógenos nosocomiais ao redor do mundo. No presente estudo, nós avaliamos a resistência antimicrobiana e as características genotípicas de 203 Enterococcus spp. obtidos de diferentes fontes clínicas em dois hospitais de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. As espécies foram identificadas por testes bioquímicos convencionais e por um sistema automatizado. A diversidade genética de E. faecalis demonstrando resistência à altos níveis de aminoglicosídeos (HLAR) foi avaliada através da análise do DNA cromossômico após digestão com a enzima SmaI, seguido por eletroforese em campo pulsado. O E. faecalis foi a espécie mais freqüente (93,6 por cento), seguido por E. faecium (4,4 por cento). O perfil de resistência antimicrobiana foi: 2,5 por cento para ampicilina, 0,5 por cento para vancomicina, 0,5 por cento para teicoplanina, 33 por cento para cloranfenicol, 2 por cento para nitrofurantoína 66,1 por cento para eritromicina, 66,5 por cento para tetraciclina, 24,6 por cento para rifampicina, 30 por cento para ciprofloxacino e 87,2 por cento para quinupristina-dalfopristina. Um total de 10,3 por cento dos isolados apresentaram HLAR para ambos gentamicina e estreptomicina (HLR-ST/GE), sendo 23,6 por cento resistentes somente a gentamicina (HLR-GE) e 37,4 por cento somente a estreptomicina (HLR-ST). Um grupo clonal predominante foi encontrado em E. faecalis HLR-GE/ST. A prevalência de resistência a antibióticos ²-lactâmicos, e em particular aos glicopeptídeos, foi muito baixa. Entretanto, neste estudo, houve um número crescente de Enterococcus HLAR que podem estar se disseminando intra e interhospitais.
Texto completo