Diagnosis of neonatal group B Streptococcus sepsis by nested-PCR of residual urine samples
Nicolino Cezarino, BrunoYamamoto, LidiaMaria Barbaro Del Negro, GildaRocha, DaisySuely Okay, Thelma
O estreptococo do grupo B (GBS) constitui a causa mais freqüente de sepse neonatal precoce. O teste de referência continua sendo o isolamento em cultura, apesar de apresentar problemas de sensibilidade. O objetivo do presente estudo foi validar uma técnica de dupla amplificação e determinar a possibilidade do uso de amostras residuais de urina colhidas por método não invasivo, não estéril, para a confirmação da sepse por GBS em recém-nascidos. As amostras foram amplificadas com primers do principal gene de superfície do GBS. A insuficiência de volume de material biológico para a realização de exames para suporte de vida, além de outros necessários à identificação do agente etiológico de infecções é muito freqüente em recém-nascidos. Mesmo assim, decidimos definir critérios bastante rigorosos para a inclusão de pacientes na casuística: os recém-nascidos deveriam apresentar sinais e sintomas compatíveis com infecção pelo GBS; deveriam ter tido ao menos uma amostra enviada para cultura, podendo ser sangue, urina ou líquor; disponibilidade de volumes residuais dessas amostras, ou de outras colhidas no dia da hospitalização, antes da introdução da antibioticoterapia, de forma a possibilitar a análise por PCR, e evolução favorável com a antibioticoterapia empírica. Em apenas um dos quatro recém-nascidos a infecção foi confirmada por cultura, enquanto nos outros três casos a infecção foi considerada presuntiva (pacientes preencheram os critérios de inclusão, mas o GBS não foi isolado). De um total de 12 amostras dos quatro pacientes (5 de sangue, 3 de líquor e 4 de urina), 8 foram testadas por cultura (2 foram positivas), 8 foram testadas por PCR (7 foram positivas), e apenas 4 pelos dois métodos simultaneamente (1 positiva por cultura e 3 por PCR). Concluímos que apesar do número restrito de pacientes e de amostras testadas, os resultados apresentados sugerem que a amplificação proposta poderia ser usada para o diagnóstico de sepse pelo GBS, uma vez que a amplificação foi possível nos três tipos de materiais biológicos testados (sangue, urina e líquor), e a PCR foi mais sensível que as culturas por ter conseguido confirmar a infecção na urina dos quatro pacientes, usando volumes residuais de amostras colhidas por método não invasivo, não estéril, o que é tecnicamente adequado uma vez que o GBS não faz parte da flora normal da urina, evitando procedimentos invasivos, tais como a punção supra-púbica da bexiga ou a cateterização transuretral. Ao mesmo tempo, o uso de urina em lugar de sangue ajuda a prevenir a espoliação sangüínea dos recém-nascidos.
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