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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Umbeliferona possui atividade antinociceptiva orofacial e anti-inflamatória via redução de TNF-α em camundongos

Silva, P. N. S.Pereira, H. N. S. N.Santos, L. V. N.Santos, L. C. M. M.Cavalcanti, R. J. F.Aragão-Neto, H. C.Braga, R. M.Gadelha, F. A.Lopes, M. R.Sousa, D. P.Fonsêca, D. V.

Resumo A dor é uma resposta do sistema nervoso central contra traumas, infecções, neoplasias, neuropatias e inflamação. Ela decorre de condições físicas, emocionais e cognitivas, sendo classificada como orofacial quando afeta boca e face. A umbeliferona, cumarina encontrada em plantas da família das umbelíferas, é componente importante de óleos essenciais, possuindo atividade antioxidante, cicatrizante, anti-inflamatória e anti-tumoral. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito antinociceptivo e anti-inflamatório orofacial da umbeliferona em camundongos Mus musculus machos, linhagem Swiss, com 3 meses de idade. Os grupos-teste receberam diferentes doses de umbeliferona (25, 50 ou 75 mg/kg, i.p.), o controle negativo recebeu cloreto de sódio 0,9% e Tween 80, e o controle positivo recebeu morfina (5 mg/kg, i.p.) ou dexametasona (2 mg/kg, s.c.). Observou-se redução significativa nas contorções abdominais induzidas pelo ácido acético (p<0,001) e diminuição na fricção das patas no teste de nocicepção orofacial com formalina (p < 0,01). Ademais, doses de 50 e 75 mg/kg de umbeliferona mostraram redução significativa nos testes com glutamato (p<0,01) e capsaicina (p<0,01), sugerindo ação nos receptores glutamatérgicos e TRPV1. No teste de edema de pata induzido por carragenina 1%, houve diminuição no volume do membro ao longo de 240 minutos (p<0,01), sugerindo inibição do processo inflamatório. Também observou-se redução na contagem de leucócitos (p<0,001) e na dosagem de TNF-α (p<0,001) em relação ao grupo controle, semelhante aos animais tratados com dexametasona (p<0,001). Conclui-se que a umbeliferona apresenta atividade antinociceptiva orofacial e atividade anti-inflamatória via TNF-α, mas são necessários mais estudos pré-clínicos para melhor caracterização da substância.

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