Simpatria e evolução: relações entre a endêmica Myrcia guarujana e a amplamente distribuída M. spectabilis
Magenta, M. A. GAlmeida, L. FRocha, L. MBatista, C. E. APriolli, R. H. G
Simpatria e evolução em Myrcia Myrcia spectabilis DC. tem ampla distribuição nas regiões sul e sudeste do Brasil. M. guarujana Sobral, Magenta & Caliari é conhecida das poucas coletas em floresta ombrófila submontana e em um local de transição entre restinga e floresta ombrófila do estado de São Paulo. Essas espécies são morfologicamente semelhantes e ocorrem em simpatria, o que nos levou a investigar os aspectos morfológicos, sequenciar os genomas e considerar os efeitos dessa simpatria. Em um fragmento de floresta atlântica brasileira, coletamos folhas de indivíduos de M. guarujana e M. spectabilis. Análise morfológica e extração de DNA foram realizadas para sequenciamento e construção da biblioteca GBS. Um total de 3.429 loci contendo marcadores SNP neutros foram identificados e 446 representaram loci outliers. O índice de fixação (FST) teve um valor alto (0,735; P < 0,05). Por AMOVA, o maior percentual de variância entre as espécies encontrado foi de 73,54% (P = 0,0079). A análise de PCA apresentou dois clusters referentes às espécies, com a amostra MS1 (M. spectabilis 1) isolada de ambos. No dendrograma neighbor-joining, ambas as espécies apresentaram ramificações fortemente sustentadas (100 e 99, respectivamente) e MS1 emergiu como um táxon intermediário. Entre os loci outliers, temos LNG1, que promove alongamento foliar, e MYB82, um ativador de transcrição funcionalmente equivalente a GL1, no qual altos níveis de expressão resultam em diminuição da abundância de tricomas. Estudos com amostras mais representativas, juntamente com a descoberta dos SNPs encontrados aqui, constituirão uma ferramenta poderosa para entender a evolução, diversificação e conservação dessas duas espécies.
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