Predição morfométrica do tamanho máximo cannibal-presa para larvas de matrinxã, Brycon amazonicus (Spix e Agassiz, 1829)
Muller, R. LRibeiro, F. FCarvalho, T. B
O canibalismo entre peixes é uma interação que afeta tanto as relações intra quanto interespecíficas em ambientes aquáticos. Está relacionado ao tamanho e estágio de desenvolvimento, com o tamanho da presa determinado por medidas morfométricas. Em geral, o canibalismo só ocorre quando a largura da boca do predador é maior que a profundidade corporal da presa. Dessa forma, entender essas limitações durante o desenvolvimento ontogenético é importante, pois influencia significativamente na dinâmica do canibalismo. Este estudo teve como objetivo avaliar o tamanho máximo de presas coespecíficas que as larvas de matrinxã (Brycon amazonicus) são morfologicamente capazes de ingerir. Para isso, foram consideradas as medidas morfométricas de profundidade corporal (PC) e abertura máxima da boca (AMB) em relação ao comprimento total (CT) das larvas. PC e AMB apresentaram crescimento alométrico negativo. O tamanho máximo da presa foi expresso como uma proporção do tamanho do canibal, o que mostra que os canibais podem ingerir presas de 92 a 106% do TLcanibal. Portanto, o modelo matemático de tamanho máximo canibal-presa para B. amazonicus mostra rápido crescimento, possívelmente devido ao crescimento heterogêneo que, por sua vez, pode aumentar a exibição de comportamento agressivo, e não é possível determinar uma limitação morfológica predatória. Estudos com períodos de observação mais longos, com foco na interação predador-presa e tempo de captura, devem ser conduzidos para reduzir o canibalismo e aumentar a sobrevivência e o crescimento. A redução do canibalismo em B. amazonicus é essencial para o avanço da produção desta espécie econômica e ecologicamente importante na região Amazônica.
Texto completo