Variação espaço-temporal da serapilheira em uma floresta tropical sazonalmente seca no Nordeste do Brasil
Araújo, V. F. PBarbosa, M. R. VAraújo, J. PVasconcellos, A
A produção de serapilheira é essencial para a ciclagem de nutrientes em ecossistemas terrestres. De Novembro de 2009 a Outubro de 2011, foi analisada a produção de serapilheira em duas áreas de Caatinga, um tipo de Floresta Tropical sazonalmente Seca localizada no Cariri Paraibano, na região do semiárido da Paraíba, Nordeste do Brasil. Uma das áreas, Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN - Fazenda Almas, é legalmente protegida, ao contrário da outra, Fazenda Moreiras. Os objetivos foram avaliar o efeito da precipitação, evapotranspiração e estrutura da vegetação sobre a dinâmica temporal e espacial da produção de serapilheira. Oito pontos de amostragem foram escolhidos aleatoriamente em cada localidade, e dois coletores de 1 m2 foram instalados a 50 m um do outro. O material coletado foi triado, secado e pesado. Adicionalmente, foram registradas as características (densidade, riqueza de espécies, altura e área basal média) das espécies arbóreo-arbustivas na parcela com um raio (r) de 10 m ao redor de cada coletor. A produção total de serapilheira foi 4,500 Kg ha-1 yr-1 para a Fazenda Almas e 3,300 kg ha-1 yr-1 para a Fazenda Moreiras; estes valores estão dentro da faixa esperada para as Florestas Tropicais sazonalmente secas. A variação inter e intranual na produção de serapilheira foi positivamente correlacionada com as taxas de precipitação e evapotranspiração, e quatro meses depois das maiores taxas de precipitação, houve uma diminuição acentuada na serapilheira coletada durante a estação seca. Além disso, as contribuições das frações de material foram distintas com a fração de folha representando mais que 60% da serapilheira, e a estrutura da vegetação explicou 75% da variação na produção de serapilheira. Portanto, os fatores climáticos e a estrutura da vegetação afetam a dinâmica temporal e espacial da produção de serapilheira e, consequentemente, influenciam a dinâmica de nutrientes na região semiárida do Brasil.(AU)
Texto completo