Genetic variability of populations of the white-eared opossum, Didelphis albiventris Lund 1840 (Didelphimorphia; Didelphidae) in Brazil
Nascimento, D. C.Campos, B. A. T. P.Fraga, E. C.Barros, M. C.
Resumo Didelphis albiventris é encontrada em todo o Nordeste e região central do Brasil até o centro-sul do Uruguai e foi alvo de poucos estudos em nível populacional. Dessa forma, o presente estudo, investiga a variabilidade genética da espécie usando o marcador molecular citocromo c oxidase subunidade I. Analisou-se amostras de diferentes biomas de três regiões brasileiras: Nordeste (Caatinga, Cerrado e Floresta Atlântica), Sudeste (Cerrado, Floresta Atlântica, ecótonos Cerrado/Floresta Atlântica e Cerrado/Caatinga) e Sul (Pampa e Floresta Atlântica). O software BAPs recuperou cinco demes distintos: dm 1, dm 2 e dm 5, que ocorrem nas regiões Sul, Nordeste e Sudeste, respectivamente, e os dm 3 e dm 4, que são amplamente distribuído no Nordeste e Sudeste. Análises populacionais realizadas com AMOVA, rede de haplótipo e teste de Mantel estimaram a veracidade das demes. O FST mostrou estruturação para as cinco demes, com dm 1 (região Sul) isolada das demais, entretanto as outras análises mostraram as demes Nordeste/Sudeste (dm 2-5) unidos, diagnosticando fluxo gênico entre elas, principalmente em zonas de transição, em áreas tão distante quanto áreas com similar intervalo de latitude (Sudeste e Sul), onde não foram detectado fluxo gênico. Na rede de haplótipo, os passos mutacionais foram conclusivos em separar dm 1 do dm 2-5 com 15 passos mutacionais, e o teste de Mantel foi moderado, o que é explicado pela similaridade genética apesar da grande distância geográfica (Nordeste/Sudeste). Assim, duas linhagens diferentes (Sul e Sudeste/Nordeste) foram encontradas, indicando que os biomas não foram decisivos em seus isolamentos. Os compartilhamentos das demes, em zonas de transição e em áreas com elevados intervalos de latitude, refletem um polimorfismo ancestral recente para D. albiventris. A plasticidade na ocupação do espaço por esta espécie contribui em sua ampla capacidade de dispersão, ou seja, distribuição geográfica. Nossos resultados revelam importantes implicações para o manejo de D. albiventris nessas áreas de zonas de transição, onde as demes são compartilhadas.
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