Distribuição de cistos de Strongyluris sp. (Nematoda) no complexo pallial de Achatina fulica Bowdich, 1822 da Vila Dois Rios e da Vila do Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro
Oliveira, J. LSantos, S. B
O objetivo do estudo foi analisar o padrão de distribuição dos cistos de Strongyluris sp. nos diversos órgãos do complexo pallial de Achatina fulica Bowdich, 1822 e verificar se existe relação entre o tamanho do molusco e o número de parasitos em espécimes procedentes de dois vilarejos da Ilha Grande, Vila Dois Rios (VDR) e Vila do Abraão (ABR), município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. As coletas foram realizadas bimestralmente nos anos de 2007, 2008, 2010 e 2011 nas duas localidades. A altura e largura das conchas foram medidas, os espécimes classificados em classe 1 - 4,0 cm; classe 2 - 4,1-9,0 cm e classe 3 - 9,0 cm e posteriormente dissecados sob estereomicroscópio para a busca e contagem dos cistos no complexo pallial. Em ambas localidades, VDR e ABR, as veias pulmonares e secundárias apresentaram predominância de alocação dos cistos. Não foi encontrada diferença na abundância de cistos entre os espécimes de ABR (p=0,138) e VDR (p=0,181). Achatina fulica apresentou intensidades diferentes de infecção de acordo com as classes de tamanho: os espécimes pertencentes a classe 3, nas duas localidades, apresentaram a maior média de cistos visíveis (ABR Anova F= 3,8; p=0,02); (VDR T de Student T= -2,04; p=0,04). Os resultados sugerem que o maior número de cistos na região vascularizada de A. fulica foi decorrente do maior aporte de hemolinfa nesta área, proporcionando mais nutrientes para o desenvolvimento das larvas. Acreditamos que indivíduos maiores albergam um elevado número de cistos, pois, geralmente, apresentam maior biomassa e maior área da cavidade pallial, possibilitando uma eficiente colonização dos parasitos, outra causa pode ser explicada pelo maior tempo de exposição dos moluscos da classe 3 aos parasitas, que possibilitou um período maior para as larvas se alocarem.(AU)
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