Trends in freshwater microcrustaceans studies in Brazil between 1990 and 2014
M. Silva, W.Perbiche-Neves, G.
Resumo Esse estudo apresenta uma revisão cienciométrica para trabalhos com microcrustáceos de água doce (Copepoda, Ostracoda, Branchiopoda: Cladocera, Anostraca Notostraca e Conchostraca) no Brasil entre 1990-2014. Essa revisão foi baseada em 179 artigos científicos encontrados em quatro bases de dados, usando as seguintes palavras-chave: Microcrustáceos, Copepoda, Cyclopoida, Calanoida, Harpacticoida, Ergasilidae, Chydoridae, Daphniidae, Moinidae, Cladocera, Ostracoda, Conchostraca, Zooplankton, reservatório, rio, lagoas, áreas inundáveis, cavernas, lagos, limnologia, ecologia, aquático, taxonomia, sistemática, morfologia e biogeografia. Não foram encontrados estudos para microcrustáceos de água doce em quatro (Amapá, Roraima, Alagoas e Espírito Santo) dos 27 Estados da Federação Brasileira. Quarenta e cinco por cento dos estudos foram concentrados em três dos estados mais populosos (São Paulo, Minas Gerais e Paraná), os quais têm longa tradição em estudos limnológicos. A maioria dos estudos analisou reservatórios de hidrelétricas (22%), ambientes múltiplos (22%), rios (14%) e pequenos reservatórios artificiais (11%). Ambientes tais como, pequenos lagos, poças, lagoas, brejos e fitotelmatas não foram muito estudados. Cladocera (48%) e Copepoda (48%) foram os grupos mais estudados. Não foram encontrados trabalhos que analisaram Notostraca, Anostraca ou Conchostraca. O salto no número de estudos publicados depois do ano 2000 parece ser resultado do aumento das facilidades da internet e criação da plataforma Scielo. Ecologia foi a área mais focada nos estudos (~50%), seguida pela taxonomia. Três revistas (duas brasileiras e uma internacional) contêm 44% dos artigos publicados sobre microcrustáceos no Brasil. Espera-se que a frequência de estudos utilizando novas tecnologias aumente nos próximos anos. Baseado nos nossos resultados, propõe-se que trabalhos futuros devam focar os estados menos estudados e integrem abordagens biogeográficas e sistemáticas. Mais dados sobre a fauna de microcrustáceos dentro dos tipos de ambiente menos estudados no Brasil também são necessários.
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