Efeitos contínuos sobre rotíferos e microcrustáceos causados pela construção de um reservatório a jusante de uma série em cascata, Rio Iguaçú, Brasil
Serafim-Júnior, MLansac-Tôha, F. ALopes, R. M.Perbiche-Neves, G
Resumo Esse estudo analisou os efeitos da construção de um reservatório largo e dendrítico no Brasil sobre a comunidade de rotíferos e microcrustáceos, sendo o último reservatório de uma cascata de cinco. Houve claras diferenças entre as fases pré e pós-enchimento para os organismos e para algumas variáveis ambientais. Na fase pré-enchimento, a comunidade foi mais homogênea no gradiente longitudinal no rio a jusante, e na fase pós-enchimento houve compartimentalização espacial no novo reservatório. Dos 140 táxons identificados, dez espécies ocorreram exclusivamente na fase pré-enchimento e 32 na fase pós-enchimento. Após o enchimento, espécies oportunistas, pioneiras e de rápido desenvolvimento foram dominantes, e desapareceu o gradiente de decréscimo a jusante do quarto reservatório para a riqueza, diversidade e equitabilidade durante a fase pré-enchimento. A riqueza de rotíferos e cladóceros, a diversidade de cladóceros, e a equitabilidade de rotíferos, cladóceros e copépodes foram elevadas na fase pós-enchimento. A análise de escalonamento multidimensional não-métrico sobre a matriz de presença e ausência mostrou um grupo homogêneo e denso de espécies e meses de amostragem na fase pré-enchimento, e outro grupo disperso na fase pós-enchimento. Correlações de Spearman apontaram efeitos significativos da transparência sobre a riqueza de rotíferos na fase pós-enchimento, e efeitos negativos sobre a riqueza de microcrustáceos na outra fase. Os efeitos da construção do reservatório causaram rompimento no gradiente lótico contínuo a jusante do quarto reservatório observado na fase pré-enchimento, permitindo o desenvolvimento de espécies em compartimentos espaciais lênticos.(AU)
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