Crescimento relativo de Acantholobulus schmitti (Rathbun, 1930) (Crustacea, Brachyura, Panopeidae) na Baía de Guaratuba, sul do Brasil
Frigotto, S. FMarochi, M. ZMasunari, S
Um estudo sobre o crescimento relativo do caranguejo Acantholobulus schmitti (Rathbun, 1930) (Decapoda Brachyura Panopeidae) foi realizado utilizando o método alométrico. A espécie está associada às lanternas de ostras na Baía de Guaratuba, no sul do Brasil. Os caranguejos foram obtidos de cinco lanternas de março a dezembro/2009. Foram obtidas as seguintes dimensões somáticas dos caranguejos: largura da carapaça (CW), altura e comprimento do própodo do maior quelípodo (LPH e LPL), largura do abdômen da fêmea na base do quarto somito (AW) e o comprimento de gonópodo dos machos (GL). Um total de 1.004 indivíduos de A. schmitti foi medido, destes 451 foram machos, 323 fêmeas e 230 fêmeas ovígeras. O CW dos machos variou de 1,87 a 11,86 mm, enquanto para fêmeas não-ovígeras de 1,44 a 8,77 mm e fêmeas ovígeras de 4,09 a 11, 12 mm. O gráfico de dispersão dos pontos empíricos entre CW e LPH mostrou um ponto de inflexão em 3,67 mm CW dentre os machos, indicando que abaixo deste valor, os caranguejos machos ainda são juvenis e acima dele, adultos. Para fêmeas, este ponto foi estabelecido em 3,36 mm CW no gráfico de dispersão entre CW e AW. Esses resultados das relações CW x LPH e CW x AW, destacam a importância do alargamento da quela no início da maturação dos machos, enquanto o alargamento do abdômen é uma demanda natural para as fêmeas, a fim de acomodar ovos no período reprodutivo. A heteroquelia ocorreu em ambos os sexos, sendo caranguejos destros mais frequentes do que os canhotos: 75,8% dentre os machos e 82,7% dentre as fêmeas. A população de A. schmitti da Baía de Guaratuba torna-se sexualmente madura mais cedo do que no litoral de São Paulo, e as lanternas de ostreicultura constituem um habitat seguro para estes caranguejos viverem plenamente a sua vida bentônica.(AU)
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