Aves como potenciais polinizadoras de Spathodea nilotica (Bignoniaceae) em ambiente urbano
Previatto, D. MMizobe, R. SPosso, S. R
As aves representam um grupo ecologicamente importante nas interações animais-flores na região Neotropical, onde desempenham respeitável papel na polinização de diversas angiospermas. Entretanto, pouco se conhece sobre a organização das comunidades e as interações bióticas entre animais/plantas em ambientes urbanos. Como exemplo, S. nilotica, planta exótica africana amplamente explorada para fins de paisagismo urbano, têm sido pouco estudada em relação às suas interações com aves. Assim, analisamos quais espécies de aves visitam S. nilotica, o tipo de exploração dos recursos nectarívoros pelas aves e o comportamento antagonístico intra e interespecífico das aves que visitaram esta planta. O estudo foi realizado de maio de 2008 a abril de 2011, nos meses de florescimento de S. nilotica (abril a maio). Foram totalizadas 148 horas de amostragem e identificadas 16 espécies se alimentando de néctar, 13 beija-flores (Trochilidae), Aratinga aurea (Psittacidae), Tangara palmarum (Thraupidae) e Coereba flaveola (Coerebidae). As aves mais frequentes foram Eupetomena macroura (96,88%), Chlorostilbon lucidus (78,13%) e Coereba flaveola (59,38%). A frequência de visitas foi maior no período matutino, exceto para E. macroura, H. longirostris e T. palmarum. A maioria das aves obteve o néctar através de rompimento na base da corola (orifícios), com exceção de A. aurea que obteve néctar pela abertura superior entre as pétalas em 100% de suas visitas e H. furcifer (95,65%), F. fusca (95%) e A. nigricollis (70,27%). Eventos antagonísticos foram mais acentuados em E. macroura (58,65%), Florisuga fusca (11,04%) e Amazilia fimbriata (10,87%), sendo E. macroura dominante durante os eventos. Os resultados demonstram que E. macroura é a ave dominante em S. nilotica e a que se apresenta com maior potencial para sua polinização. Entretanto, as outras aves contribuem parcialmente como potenciais polinizadoras de S. nilotica. Muito provavelmente isto é resultado de uma interação recente entre as aves neotropicais e esta planta Africana.(AU)
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