Variação sazonal da comunidade protozooplanctônica em um ambiente oligotrófico tropical (reservatório de Ilha Solteira, Brasil)
Mansano, A. SHisatugo, K. FLeite, M. ALuzia, A. PRegali-Seleghim, M. H
A variação sazonal da comunidade protozooplanctônica (ciliados e amebas testáceas) foi estudada em um reservatório oligotrófico tropical no Brasil, que estava sob a influência de dois períodos climáticos contrastantes (chuvoso/quente e seco/frio). O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos destas mudanças climáticas sobre as variáveis físicas, químicas e biológicas na dinâmica desta comunidade. A maior densidade média de protozoários total ocorreu no período chuvoso e quente (5683,2 ind L1), enquanto a menor foi no período seco e frio (2016,0 ind L1). Considerando-se as variações sazonais, os grupos de protozoários que são verdadeiramente planctônicos, como os oligotrichs (Spirotrichea), predominaram no período seco, enquanto que, no período chuvoso, em razão da entrada de material e da ressuspensão do sedimento, os protozoários sésseis do grupo Peritrichia foram os mais importantes. Os protozoários dominantes foram Urotricha globosa, Cothurnia annulata, Pseudodifflugia sp. e Halteria grandinella. As maiores densidades de H. grandinella foram associadas com condições de águas mais oxigenadas e transparentes, enquanto que as maiores densidades de C. annulata ocorreram em locais com alta turbidez, pH e índice de estado trófico (IET). O estudo demonstrou que a densidade e a composição de espécies, e os grupos protozooplanctônicos do reservatório sofreram variação sazonal por causa das variáveis ambientais principalmente temperatura, além de turbidez, transparência da água, oxigênio dissolvido e IET e das variáveis biológicas, como, por exemplos, características morfológicas, hábitos alimentares e estratégias de escape à predação das espécies.(AU)
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